PRAIA-Os resultados líquidos do Banco Interatlântico (BI) de Cabo Verde (Grupo Caixa Geral de Depósitos) diminuíram em 2009 cerca de 2% face a 2008.
Fernando Marques Pereira, presidente da empresa, explica que o decréscimo deve-se sobretudo ao facto de o BI ter apresentado pela primeira vez as demonstrações financeiras em concordância com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF), aplicadas este ano pelo Banco de Cabo Verde (BVC). "A aplicação destas novas normas determinou um conjunto de ajustamentos nas contas, com impacto a nível dos capitais próprios, no activo e no passivo".
Segundo Marques Pereira o resultado líquido em 2009 fixou-se em 193.955 contos (1,75 milhões de euros), menos cerca de 2% que em 2008, quando atingiu 198.052 contos (1,79 milhões de euros).
A margem financeira cresceu 8,41%, atingindo os 626.648 contos (5,68 milhões de euros), enquanto os recursos de clientes cresceram 5,1%, subindo para 13,4 milhões de contos (121,52 milhões de euros).
As aplicações creditícias totais cresceram 21%, atingindo 12,6 milhões de contos (114,27 milhões de euros), destacando-se a carteira de crédito mútuo, que subiu 16,77%, para 10,1 milhões de contos (91,59 milhões de euros).
Os custos da estrutura cresceram 16,84%, para 521.833 contos (4,73 milhões de euros), justificados com a abertura de uma nova agência, com o reforço do quadro de pessoal e com as actividades ligadas ao 10.º aniversário da criação do banco.
Face a 2008 o activo líquido cresceu 7,42%, para 16,2 milhões de contos (146,91 milhões de euros), enquanto os capitais próprios totalizaram 1,055 milhões de contos (9,56 milhões de euros), contabilizando já o aumento de capital de 155.000 contos (1,40 milhões de euros) efectuado em Janeiro deste ano e já realizado.
O rácio de solvabilidade fixou-se nos 12,4%, "muito acima do mínimo exigido", salientou Marques Pereira, defendendo que, dez anos após a criação, o BI constitui hoje uma referência inquestionável no mercado financeiro cabo-verdiano. "Foi uma década de inequívoca afirmação do BI", reiterou, lembrando que, em 2009, recebeu o prémio Melhor Banco de Cabo Verde, atribuído pela revista especializada britânica World Finance, e o Prémio Melhor Anúncio SAPO, "o que demonstra a orientação estratégica em termos de imagem e comunicação".
Marques Pereira salientou ainda que, na Assembleia-Geral do BI, realizada no fim de Maio último, foi deliberada a distribuição de 50% do resultado líquido aos accionistas, o que constitui, em termos absolutos, "o maior valor de sempre a ser distribuído" e um crescimento de 115% face a 2008.
O BI tem oito agências no arquipélago, tendo aberto a última na Assomada (interior de Santiago).
A Caixa Geral de Depósitos detém 70% do Interatlântico, sendo os restantes 30% repartidos por um conjunto de empresários e empresas cabo-verdianas, percentagem que se manteve inalterável depois do aumento de capital.
OJE/LUSA
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