HAIA-Uma das mais excitantes eleições holandesas dos últimos anos atingiu seu clímax. Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas devem ir hoje às urnas para a escolha de um novo parlamento e, indirectamente, um novo governo.
O partido de direita VVD liderou a maior parte do período eleitoral graças à preocupação geral com a economia. O único partido que tem hipóteses para superar o VVD é o social-democrata PvdA, liderado pelo ex-prefeito de Amesterdão, Job Cohen, que chegou perto do VVD na última semana de campanha. Mas a pesquisa de intenção de votos realizada antes que os postos de votação fossem abertos mostra que o crescimento chegou tarde demais.
Crise económica
Se Mark Rutte ganhar as eleições, será graças à sólida reputação de seu partido em equilibrar as contas do país. A economia foi o tema que dominou a campanha, entre a crise grega e a preocupação com o euro. Muitos vêem o VVD como o partido ideal para liderar a Holanda e recolocá-la em uma posição financeira sólida.
Espantosamente, ninguém discorda que grandes cortes orçamentários são necessários. Os partidos que estão do outro lado do espectro, dos socialistas até os ultra-conservadores cristãos do SGP, estão clamando por cortes massivos nos custos do governo. A diferença está em quanto, o que será cortado e quão rápido os cortes serão aplicados.
Anti-Robin Hood
O VVD é o que quer cortar mais. O que fez com que Rutte fosse criticado, com o crescimento e a solidificação do nome dele como candidato favorito. Jan Peter Balkenende, do partido Cristão Democrata, é um dos aliados naturais do VVD. No entanto, chamou a proposta do partido de Rutte de “reforma sem compaixão”. Outros chamaram o programa do VVD de “anti-social” e de “desastroso para o país”. Rutte tem sido acusado de ser um anti-Robin Hood, roubando dos pobres para dar para os ricos.
Mas as críticas não surtiram muito efeito. Rutte conseguiu responder a elas sem parecer estar na defensiva e a imagem de seu partido não foi danificada.
No entanto, se ganhar as eleições de hoje, formar a próxima coalizão será algo particularmente difícil. Com a perda de terreno dos três maiores partidos, vários partidos médios cresceram. Esse achatamento do espectro político significa que aparentemente há apenas uma coalizão possível com três partidos: VVD, CDA e o Partido da Liberdade (PVV).
Wilders
O Partido da Liberdade complica esse prospecto. Ainda que o líder do partido Geert Wilders tenha seguidores fiéis, ele também polariza. Há mais holandeses contra do que a favor dele. Além disso, como o partido falhou nas eleições municipais e não conseguiu formar uma coalizão na cidade holandesa de Almere, será um milagre que Wilders se comprometa da maneira necessária com o governo.
Some-se a isso o fato de que o próximo governo terá de cumprir a ingrata tarefa de cortar custos. A Holanda não havia passado por esse tipo de dificuldade económica desde os anos 1980. É preciso ter habilidades políticas para conduzir o país nos próximos anos.
Essa noite veremos se Mark Rutte vai assumir o governo. E só mais tarde saberemos se ele está à altura dessa tarefa.
COM RNW(John Tyler)
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