LIMA-Uma longa viagem por terra da fronteira do Chile até Lima. Uma polícia peruana que super expõe um suspeito à imprensa. Um holandês, suspeito do assassinato de uma jovem peruana, que não quer um advogado peruano para sua defesa. Criminalística juntando provas que parecem cada vez mais contundentes contra o jovem de 23 anos Joran van der Sloot.
Depois de descer da viatura da polícia chilena que o conduziu até a fronteira com o Peru, após um voo de aproximadamente três horas desde Santiago, agentes de segurança levaram Joran van der Sloot a exactamente 100 metros da linha divisória peruana. Do outro lado esperavam policiais peruanos. Dois agentes da Interpol o escoltaram até o veículo. A partir dali, 8 horas de viagem até a cidade de Arequipa.
Viagem por terra
O ministro do Interior peruano, Octavio Salazar, disse que tomaram a decisão de traslado por terra devido aos possíveis incómodos que o transporte em um avião regular poderia ocasionar. Isso se saberia horas mais tarde.
Na sede da polícia de investigações, no centro de Lima, foi convocada uma entrevista colectiva com o próprio ministro do Interior, Octavio Salazar, na qual se apresentou Joran van der Sloot. Chamou a atenção o nível de exposição a que foi submetido o jovem holandês, pois embora ele já tivesse sido mostrado às câmaras, a polícia ainda o colocou três vezes diante dos repórteres. Algo surpreendente e até humilhante em alguns momentos, tendo em conta que Joran ainda está na qualidade de suspeito.
Enquanto a colectiva acontecia, o músico panamenho Roberto Blades conversava com a polícia e contava que reconheceu Van der Sloot dias antes porque esteve em Aruba quando ocorreu a morte da norte-americana Natalee Holloway – da qual Van der Sloot também era acusado. Segundo seu depoimento aos funcionários de criminalística, assim que o reconheceu avisou a segurança do hotel para que o detivessem e avisassem a polícia, mas ninguém fez nada.
Advogado holandês
A Rádio Nederland teve acesso no fim de semana a alguns detalhes da detenção na sede de criminalística. Quando questionado pelo agentes sobre as acusações contra ele, Van der Sloot se disse muito cansado, extenuado pela viagem. Os agentes lhe perguntaram se queria um advogado de defesa. “Prefiro um advogado holandês”, teria dito o detido. Van der Sloot também teria dito que consumia drogas e que nunca foi detido no Chile, mas que tinha se entregado à polícia, embora a versão da polícia chilena desminta esta afirmação. “Fiz isso porque sabia que me procuravam”, teria dito Joran.
A polícia peruana trabalhou todo o fim de semana no caso. No entanto, ainda falta contrastar se as impressões digitais do holandês com aquelas encontradas na cena do crime.
O futuro legal de Van der Sloot é incerto. Se matou Stephany Flores por seu dinheiro, pode esperar prisão perpétua por latrocínio. Se a sentença for por homicídio, pode pegar até 30 anos de prisão. Por enquanto, continua sendo apenas um suspeito.
* A polícia peruana divulgou ontem imagens captadas pelas câmaras de segurança do hotel onde o crime ocorreu:
RNW-Por Carlos Cornejo (RNW)
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