domingo, 9 de agosto de 2009

ANGOLA:HILLARY EM ANGOLA PARA UMA VISITA DE 24 HORAS

HILLARY CLINTON RECEBE FLORES NA SUA CHEGADA A ANGOLA
Hillary Clinton em conversa com o ministro das Relações Exteriores de Angola,Assunção dos Anjos
Vista parcial da capital angolana, Luanda

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, chegou hoje a Angola, terceiro país que visita no quadro do périplo que está a efectuar por África.
A aeronave que transportava Hillary Clinton aterrou o aeroporto internacional 04 de Fevereiro às 11:15.

LUANDA-Washington tem vindo a ganhar consciência nos últimos anos da importância deste país africano para os Estados Unidos nos cálculos da sua segurança energética, diplomática e geoestratégica.
A visita da secretária de Estado Hillary Clinton a Luanda, onde chega hoje, é feita a pensar no presente e, principalmente, no futuro das relações bilaterais entre os Estados Unidos e Angola e na conjuntura regional africana.
Da importância de Angola como fornecedor de petróleo a parceiro económico e aliado em questões de política regional, em Washington acredita-se que este país, em paz desde 2002, pode estar na primeira linha de uma relação especial dos EUA com África. Luanda merece "maior atenção dos EUA na formulação das políticas económica, externa e de segurança nacional" - é uma conclusão recorrente em muitos documentos americanos sobre estas questões.
À medida que Washington procura mais pontos de contacto em África, a presença de Angola e seu peso específico nas organizações do continente está a tornar-se um factor indispensável nos cálculos da diplomacia americana.
A dimensão dessa relação tornar-se-à mais evidente após a visita de Hillary, que irá encontrar-se com o seu homólogo angolano, Assunção dos Anjos, e com o Presidente, José Eduardo dos Santos. Neste momento, os EUA são o segundo principal destino do petróleo angolano, após a China, e Angola é o terceiro principal importador em África de bens americanos.
Angola é já destino de importante programa de apoio americano, que se estende desde contactos entre representantes de instâncias oficiais a acções de formação das forças de segurança e a projectos de assistência técnica, da agricultura à saúde, da educação à formação cívica. Em 2008, o valor do apoio financeiro nestas áreas foi de 24,7 milhões de euros.
A influência da China na África Ocidental, e, nesta região, em Angola - desde há vários anos beneficiário do investimento e ajuda económica de Pequim - não deixará de ser abordada. Como no plano geoestratégico, a localização de Angola junto do Golfo da Guiné será outro tema de discussão, tanto mais que os EUA, segundo responsáveis militares e diplomatas, querem apostar num país que classificam como "uma força de estabilidade" regional, dotado de forças armadas bem equipadas e treinadas. Um país em condições de disponibilizar efectivos para operações de manutenção de paz ou de segurança em África, continente a braços com recorrentes de focos de instabilidade regional, como se viu recentemente na Nigéria com uma insurreição islamita.
Neste sentido, os EUA defendem o estreitamento das relações entre as forças armadas angolanas e o Comando Africano, baseado na Alemanha. Acções de formação e estágios em Angola e nos EUA estão a ser desenvolvidos.
A maioria das análises sobre Angola não deixa, contudo, de sublinhar as fraquezas deste país com uma superfície 14 vezes superior à de Portugal e uma escassa população de 13 milhões. Essas fraquezas são, sobretudo, a corrupção, instituições pouco ágeis, regulamentação legal inadequada e pluralismo político algo restrito.
DN/GLOBO/CPLP

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