SÃO TOMÉ-Um grupo de comerciantes são-tomenses anunciou dia 07 que pediu a intervenção da Polícia Federal brasileira, e do Ministério Público e da Policia Judiciária são-tomenses para investigar o processo ligado à importação de bens alimentares do Brasil."Queremos a intervenção da Polícia Federal brasileira e esperamos que a Procuradoria-geral da república e a Polícia Judiciária providenciem nesse sentido. Se o Governo também entender que deve intervir que o faça", diz António Quintas Aguiar, representante de um grupo de sete empresas que se distanciaram da sociedade comercial são-tomense STP Traiding. Metade dos membros desta sociedade acusa os seus responsáveis de "faltar à verdade", de terem feito "negociatas" na compra de mercadorias para "ganharem lucro fácil" e de comprarem produtos que constituem "um verdadeiro crime contra a saúde pública".São Tomé assiste a uma polémica que envolve alegados actos de corrupção e outras anomalias na importação de mercadorias pela sociedade STP Traiding, com base no crédito de 5 milhões de dólares (cerca de 3,5 milhões de euros) atribuídos pelo Governo brasileiro.Em 72 horas três grupos diferentes convocaram a imprensa para darem a sua versão dos factos.A STP Traiding, inicialmente composta por 14 representações comerciais, está agora reduzida a metade, uma vez que sete desses comerciantes convocaram hoje a imprensa para dizer que não estão envolvidos na polémica importação, sendo os mesmos que pediram a intervenção das autoridades policiais são-tomenses e brasileiras para investigarem o assunto."Há instituições de peso no Brasil que estão ligadas a esse processo de atribuição de crédito ao nosso país. Há o Itamaraty (Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro), o Banco Central Brasileiro, a Sax Internacional, e é preciso que se esclareça tudo isto, para se evitar beliscar as nossas relações com o Brasil", acrescenta António Quintas Aguiar."Entendemos que no nosso país ou em qualquer Estado de direito democrático, ninguém está acima da lei (...) estamos disponíveis para colaborar com a justiça cá e no Brasil e onde for necessário para tirarmos tudo a limpo". O comerciante defende ainda que São Tomé e Príncipe "tem de deixar de ser um país de impunidade".Independentemente do leite e da manteiga, cuja venda as autoridades sanitárias já mandaram suspender, os sete comerciantes que hoje falaram à imprensa apelaram à população para não consumir também a carne bovina importada do Brasil, por alegadamente não estar em condições de ser consumida. "As carnes ficaram mais de um mês num armazém que está fechado (no Brasil), depois meteram no frigorífico, onde permaneceu mais um mês. Voltaram a tirar para depois meterem nos contentores que vieram para são Tomé", denuncia Quintas Aguiar.
OJE/LUSA
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