domingo, 20 de junho de 2010
CV DIASPORA USA:Cabo-verdiano cumpre missão no Afeganistão pelo exército dos EUA
Às vezes, quando vou com a metralhadora, sonho acordado com a minha mulher e com a minha família, em São Nicolau.
Nascido em São Nicolau, o cabo adjunto do Exército dos Estados Unidos,, que está a cumprir missão no posto avançado de Shewan, no Afeganistão e diz que está a fazer uma coisa boa e que tem saudades de casa.
“Tenho saudades. Às vezes, quando vou com a metralhadora, sonho acordado com a minha mulher e com a minha família, em São Nicolau. Tenho muitas saudades. Isto é duro e perigoso, mas fico contente porque sei que a minha família está sempre a pensar em mim”, disse Onassis Graça, à Lusa, no regresso de uma patrulha de vários dias nas montanhas da região oeste do país.
Militar do 4.º Esquadrão do 73.º Regimento de Cavalaria da 82.ª Divisão Aerotransportada dos Estados Unidos, Graça operou nos últimos dias, uma metralhadora pesada, no alto da torre de um blindado em patrulha.
Ele explica que nasceu em São Nicolau e que aos nove anos foi levado para Massachusets, nos EUA. "O meu pai estava na tropa portuguesa”, diz Onassis Graça, que acrescenta que a família tem muito orgulho, na missão que está a cumprir desde agosto, cumpre no Afeganistão, sua primeira missão fora dos EUA.
“Antes, estava na guarda de honra do presidente dos Estados Unidos e depois vim para o Afeganistão, quando entrei para a 82.ª Divisão”, conta o soldado, que fala crioulo fluentemente.
Quando telefona para a mulher, canadiana, ou para os familiares em Portugal e em Cabo Verde, explica que está a ajudar os afegãos que vivem numa terra antiga e muito quente, como S. Nicolau.
“Quando telefono digo-lhes que isto é muito quente e antigo. As pessoas vivem à moda antiga. As casas são feitas de lama. Às vezes também lhes digo que, quando ouvem os políticos a falar se devemos estar aqui ou não, eu respondo que o que nós estamos aqui a fazer é bom porque a população tem trabalho e proteção”, diz o caboverdiano que regressa em julho e que tem vivido num posto militar avançado, numa das zonas de conflito.
“Houve um tempo em que, aqui, as bombas contra os carros eram frequentes. Hoje mesmo estive a fazer patrulha no meio da montanha e houve fogo indireto”, explica Onassis Graça que tem nome do falecido milionário grego porque o pai, além de ter servido no Exército português, também foi emigrante e gostou do nome.
RTC.CV/LUSA.PT
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