PRAIA-O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, efectua hoje e na quinta-feira uma visita de Estado a Cabo Verde, centrada no reforço do diálogo e da cooperação e na segurança aérea.
O chefe de Estado guineense, que chegou na terça-feira à noite à Cidade da Praia, é acompanhado na visita pelo ministro dos Transportes, Tecnologias, Correios e Telecomunicações, pelo vice-ministro das relações Exteriores, Cooperação Internacional e Francofonia e ainda pelo secretário de Estado do Turismo.
A visita de Obiang, hoje na Cidade da Praia e quinta-feira na ilha do Sal, surge como resposta a um convite feito pelo presidente cabo-verdiano em Fevereiro de 2009, quando Pedro Pires foi à Guiné Equatorial, país que pretende aderir à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), pretensão apoiada por Cabo Verde.
A visita visa reforçar o diálogo e cooperação, estando prevista a assinatura de vários acordos nos domínios da aeronáutica civil, segurança aeroportuária, turismo imobiliário, governação electrónica, e formação profissional, comércio e a parceria empresarial na construção civil.
Na Cidade da Praia, Obiang Nguema terá encontros com o seu homólogo Pedro Pires, com quem se reunirá novamente na quinta-feira na ilha do Sal, com o presidente do Parlamento, Aristides Lima, e com o primeiro-ministro José Maria Neves, e visitará o Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação (NOSI) e a Bolsa de Valores.
Na quinta-feira, além de um encontro com Pedro Pires, o Presidente guineense visitará o Centro de Controlo Aéreo de Cabo Verde, bem como as instalações da empresa Aeroportos e Segurança Aérea (ASA).
Em fins de Abril último, e antes de partir para uma visita oficial a Malabo, o chefe da diplomacia cabo-verdiana, José Brito, disse à Agência Lusa que Cabo Verde quer ver empresas suas a participar nos vários projectos de investimento público em curso naquele país do Golfo da Guiné.
Quanto à adesão da Guiné Equatorial à CPLP, José Brito lembrou que Cabo Verde "há muito que a apoia", defendendo que a comunidade lusófona "terá muito a ganhar" com essa entrada.
José Brito, que trabalhou um ano como consultor em Malabo, desdramatizou a questão os Direitos Humanos na Guiné Equatorial, defendendo que se trata de um país membro das Nações Unidas e que não foi condenado pelas várias comissões da ONU.
"Trata-se do único país de língua castelhana em África e é, por isso, de certa forma, órfão no continente. É natural que a adesão à CPLP seja isso mesmo, natural", acentuou José Brito.
Os dois países têm relações diplomáticas desde a independência de Cabo Verde, em 1975 e, em 2005, assinaram um Convénio de Cooperação Económica, Cultural, Científica e Técnica, que regula as relações de cooperação.
PERFIL DO PAÍS
A Guiné Equatorial é um país da África ocidental, dividido em três territórios descontínuos, um continental e os restantes insulares. A norte, no Golfo da Guiné, a ilha de Bioko é o território mais importante e alberga a capital do país, Malabo. O vizinho mais próximo é os Camarões, a nordeste, seguindo-se a Nigéria, a noroeste, Rio Muni, a sueste, e São Tomé e Príncipe, a sudoeste. O segundo território é a parte continental do país, Rio Muni, encravado entre os Camarões, a norte, o Gabão a leste e sul e o Golfo da Guiné a oeste. Partes deste território estão mais próximas de São Tomé e Príncipe do que de Bioko. Finalmente, a sudoeste, a pequena ilha de Ano Bom completa o país, tendo como vizinhos mais próximos São Tomé e Príncipe, a nordeste, e o Gabão a leste.
O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, decretou que o português seria uma das línguas oficiais, ao lado do espanhol e do francês, condição prévia para poder entrar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O país deseja ainda o apoio dos oito países membros (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) para difundir o ensino da língua portuguesa no país, para formação profissional e acolhimento dos seus estudantes pelos países da comunidade lusófona.
A Guiné Equatorial tem ainda o maior PIB per capita do continente africano, embora o seu IDH seja médio (0,719).
OJE/LUSA/WIKIPÉDIA
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