BISSAU-O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, admitiu em entrevista à revista Jeune Afrique que há personalidades políticas envolvidas nos assassínios do antigo chefe de Estado, "Nino" Vieira, e do ex-chefe das Forças Armadas, General Tagmé Na Waié.
Nino Vieira foi assassinado a 2 de Março do ano passado na sua residência por um grupo de militares e Tagmé Na Waié foi morto um dia antes, num ataque à bomba, no Quartel-General das Forças Armadas.
Até este momento não são conhecidos os autores destes assassínios.
Bacai Sanhá adiantou que, "dentro de algumas semanas", a comissão de inquérito vai apresentar as suas conclusões preliminares sobre os dois assassínios.
"Tudo o que posso dizer é que personalidades políticas estão implicadas nos assassínios," disse que o chefe de Estado guineense.
Ele não avançou os nomes das personalidades alegadamente envolvidas, limitando-se a afirmar que não podia dar mais detalhes.
Sobre os acontecimentos de 1 de Abril, Malam Bacai Sanhá referiu que fora "um conflito pessoal entre dois homens e que se degenerou".
"Quando [o General António] Injai percebeu que [o General Zamora] Induta se preparava para o destituir, ele avançou," revelou Bacai Sanhá.
Segundo ele, Induta chegou ao posto de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas em Março de 2009, logo a seguir ao assassínio do antigo titular do cargo, o General Tagmé Na Waié, com a ambição de reformar a instituição castrense.
"[Induta] nunca tinha sido chefe de uma unidade, ao contrário de António Injai, um veterano de guerra pela independência muito respeitado pelos soldados."
As declarações de Malam Bacai Sanhá à revista Jeune Afrique surgem numa altura em que algumas correntes de opinião advogam que o visado pelos acontecimentos de 1 de Abril era o Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior.
Segundo essas correntes, Zamora Induta terá surgido como "alvo instrumental".
BBC PARA AFRICA
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