Morreu hoje o escritor e Prémio Nobel da Literatura José Saramago. O autor encontrava-se doente e o seu estado de saúde ter-se-á agravado nas últimas horas.
José Saramago nasceu em 16 de Novembro de 1922, na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, (embora o registo oficial mencione o dia 18).
Toda a sua vida decorreu, apesar disso, em Lisboa, para onde os seus pais se deslocaram quando ele ainda não tinha três anos.
"Já não existe a casa em que nasci", escreve nas memórias, "mas esse facto é-me indiferente porque não guardo qualquer lembrança de ter vivido nela" conclui...porque cedo viajou com a família para Lisboa.
Escritor autodidacta, José Saramago começou a vida como serralheiro mecânico. Só aos 25 anos publicou o primeiro romance - "Terra de Pecado".
Casado com a artista Ilda Reis, de quem teve a filha Violante Saramago, o escritor – que foi jornalista do “Diário de Lisboa” entre 72 e 73 – só em 1976 passaria a viver da escrita. Em 1980, publica "Levantado do Chão", considerado o seu primeiro grande romance.
Ateu e membro do Partido Comunista, José Saramago publica em 1982 "Memorial do Convento", o seu livro mais editado de sempre, mais tarde adaptado a ópera, estreada no La Scalla de Milão.
Publicada em 53 países, a obra de Saramago já foi adaptada ao cinema."Jangada de Pedra", romance em que a península, da qual defende a "união ibérica", fica à deriva é exemplo disso.
Mas é em 1991 que publica uma das mais polémicas obras: "O Evangelho segundo Jesus Cristo" deixa Saramago de costas voltadas para a Igreja.
Com uma escrita com pontuação pouco convencional, Saramago passa em 1993 a viver na ilha espanhola de Lanzarote, depois de ver o seu livro ser retirado de uma candidatura a um prémio europeu, pelo então sub-secretário de Estado da Cultura Sousa Lara.
Casado com a jornalista espanhola Pilar del Rio, o escritor que recebeu 35 doutoramentos “honoris causa”, recebe em 1998 o Nobel da Literatura.
O galardão obriga-o a um ano de conferências intensas por todo o mundo. Regressa à escrita em 2000 com “A Caverna”, a que se seguem "O Homem Duplicado", “Ensaio sobre a Lucidez" ou "As Intermitências da Morte", onde a morte, afinal se apaixona e cansa de matar.
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