MUNDIAL 2010:"Nasci na Costa Marfim mas torço por Portugal"

LISBOA-Nélson Évora acredita no valor da selecção do seu país de nascimento, mas torce por Portugal, que tem equipa "para ir longe".
"Nasci na Costa do Marfim. É aí que estão as minhas raízes, mas claro que quero que Portugal vença... mas com Drogba em campo", assume Nélson Évora na antevisão do primeiro jogo de Portugal na África do Sul, frente aos africanos.
"As minhas origens são africanas, os meus pais são cabo-verdianos, mas a minha cultura é portuguesa. Acredito que Portugal tem equipa para ir longe neste Mundial", disse o saltador ao DN após um longo treino no Estádio Universitário de Lisboa. O campeão olímpico do triplo salto em Pequim 2008 defende que "o grupo de Portugal é um dos mais difíceis do Mundial. É sempre importante começar bem e vencer o primeiro jogo. Será um bom teste e motivará muito a equipa", acrescenta o recordista de Portugal. "A Costa do Marfim tem jogadores muito bons. É uma equipa capaz de tudo. Muito forte fisicamente. Independentemente de Drogba recuperar ou não da lesão [no braço direito], e poder alinhar frente a Portugal. Ainda assim, a nossa selecção tem equipa para vencer e é isso que tem de fazer", defende o benfiquista, que gostava de ver o avançado do Chelsea a jogar frente a Portugal. "Uma vitória de Portugal tem mais sabor com Drogba. Não quero que depois venham dizer que vencemos porque não estavam os melhores. Quando entro em competição, também quero que estejam os melhores para não haver dúvidas", atira o saltador, que critica os "picos" de pessimismo dos portugueses sempre antes destas grandes competições. "Este Mundial reflecte a mentalidade dos portugueses, o pessimismo nacional quando dizem que não vamos passar a fase de grupos, criticam o seleccionador, criticam os jogadores. Eu, pelo contrário estou muito optimista", assume.
"Claro que vou ver todos os jogos de Portugal. Na certa, acompanhado dos meus amigos e a comer caracóis... isso não pode faltar. Beber é que terá de ser mesmo refrigerante", atira Évora. "Isso é que é futebol. A festa. Podermos juntar os amigos para ver um jogo e vibrarmos todos juntos, tudo a atirar bitaites, a dizer mal dos árbitros e a criticar as tácticas. A gritar por Portugal essa é a melhor parte do futebol", conclui.
DN.PT