TORRES NOVAS-O primeiro-ministro de Cabo Verde, que recebeu hoje(11 de Junho) as chaves de ouro da cidade de Torres Novas, disse que "a excelência das relações" entre o seu país e Portugal "assenta no trabalho de geminação feito pelas autarquias portuguesas".
José Maria Neves foi homenageado publicamente pela câmara Municipal de Torres Novas e elogiou o trabalho desta autarquia no âmbito da geminação que tem com região de Ribeira Grande, na ilha de Santo Antão, em Cabo Verde.
"Se hoje temos as relações que temos com Portugal, aprofundadas recentemente com a realização da primeira cimeira, a primeira que Portugal fez com um país africano da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, muito devemos essa excelência ao contributo das autarquias portuguesas", afirmou o primeiro-ministro cabo-verdiano.
José Maria Neves disse ainda que o poder local "é o pilar fundamental do Estado de direito democrático" e que contribui para uma "democracia policêntrica com vários centros de poder mais próximos dos cidadãos".
"A existência de poder local permite um maior controlo da democracia, permite realizar os sonhos das pessoas e, em Portugal, acredito que o poder local tem sido um importantíssimo pilar de consolidação do Estado democrático, como tem sido em Cabo Verde", frisou ainda.
O primeiro-ministro de Cabo Verde disse esperar que "ao receber as chaves da cidade de Torres Novas, que outras portas se possam abrir em Portugal, assim como outras avenidas de cooperação entre os dois países".
Afirmando que o seu país "não tem nada para além do sol, do vento e do mar", José Maria Neves diz que espera apoio para qualificar as pessoas de Cabo Verde.
"Precisamos de excelentes profissionais, médicos, engenheiros, arquitectos e os governantes de Cabo Verde têm que fazer ainda mais do que fazem, têm que ter uma dimensão ética e um compromisso moral sem limites, respeitando escrupulosamente as regras do poder democrático", salientou o primeiro-ministro.
O município de Torres Novas tem há mais de uma década uma geminação com a autarquia de Ribeira Grande, na ilha de Santo Antão, e tem estabelecido com esta região várias trocas culturais, económicas, ao nível da proteção civil, da ação social e da educação.
O presidente da autarquia torrejana, António Rodrigues, destacou a "grandeza e nobreza" da população cabo-verdiana e a acção do governo deste país africano, que é considerado o segundo melhor país mais bem governado do continente.
António Rodrigues falou também do projecto Centro de Acolhimento de Santo António (CASA), uma iniciativa do município torrejano que visa criar na ilha de Santo Antão um espaço para acolher crianças e jovens com carências.
"Já existe financiamento do Estado português para fazer esta obra, mas está a faltar uma verba para uma capela. Peço ao senhor primeiro-ministro que dê uma palavra ao seu Governo para que possamos concluir este projecto antes que a crise nos leve este dinheiro do orçamento de Estado português", apelou o presidente da câmara de Torres Novas.
José Maria Neves deixou o compromisso de que vai resolver esse bloqueio.
OJE/LUSA
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