quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CV DIÁSPORA:Comunidade satisfeita com visita de Hillary Clinton

BOSTON-A comunidade cabo-verdiana residente nos EUA recebeu com agrado a inclusão de Cabo Verde no périplo que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, está a fazer por África.
Segundo uma fonte do Consulado de Cabo Verde em Boston, Massachusetts, a visita ao arquipélago, prevista para dias 13 e 14, foi recebida com muita satisfação entre os cabo-verdianos nos EUA, pois vem "dar visibilidade ao país e à própria comunidade".
"Como todos estão altamente interessados e acompanham o desenvolvimento do país, esperam que as relações de amizade e cooperação resultem reforçadas", acrescentou a mesma fonte.
Considerada uma comunidade bem integrada, a última vaga de emigração, chegada nas décadas de 70 e 80, debate-se, no entanto, com problemas como as deportações.
Esta é todavia uma questão que os líderes comunitários e os diplomatas cabo-verdianos nos EUA sabem não depender da administração Obama mas do Congresso, que não tem o problema na sua agenda actual.
As deportações têm afectado a comunidade cabo-verdiana de forma residual, mas o seu impacto em Cabo Verde tem sido notado, segundo a mesma fonte.
Estimada em cerca de 265 mil pessoas, a comunidade cabo-verdiana mais importante é as de Boston, New Bedford, Brockton e Onset, no estado de Massachusetts, que se começou a fixar em meados do século XVII trazida das ilhas nos baleeiros norte-americanos.
De músicos a desportistas, de académicos a políticos, são já vários os nomes de origem cabo-verdiana que passaram pela história da América.
Na música o destaque vai para os irmãos Tavares, que nos anos 70 e princípios do 80, foram presença habitual nos tops da música "disco", responsável pelos mega-êxitos como "More Than a Woman".
Mas há mais nomes com carreiras de sucesso, caso de Paul Pena, cego de nascimento, autor de "Jet Airliner", popularizado pela Steve Miller Band nos anos 80, ou Ramiro Mendes, nomeado para os Grammies.
Na política, há nomes de destaque, como Isadore Ramos, "mayor" da cidade de East Providence, em Rhode Island, Gracia Hillman, directora executiva da League of Women Voters, Francisco Borges, ex-tesoureiro do Estado de Connecticut, o juíz George Neves Leighton, o representante estadual de Massachusetts Viriato Macedo, ou a xerife do condado de Suffolk, Andrea J. Cabral.
Outra área em que há muitos cabo-verdiano-americanos é a educação, nomeadamente como professores e directores desde o ensino básico ao universitário, como Dan Mohler-Faria, directora da universidade de Bridgewater em Massachussets.
No leste do país, há também muitos restaurantes e bares de cabo-verdianos, onde se podem ouvir as famosas mornas, uma das atracções de fim-de-semana para qualquer etnia.
A comunidade cabo-verdiana fundou também associações de cariz social e humanitário, que desempenham hoje um papel importante na assistência a uma comunidade que também tem sido atingida pelo desemprego ou das dificuldades de integração.
Hoje, em resultado das mudanças das leis de emigração nos Estados Unidos, os únicos cabo-verdianos que emigram para o país fazem-no no quadro do reagrupamento familiar, segundo o Consulado em Boston.
A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton chega a Cabo Verde na quinta-feira, mas a visita oficialmente só começa na sexta, na última escala de um périplo em sete países africanos.
LUSA.PT

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