segunda-feira, 10 de agosto de 2009

CV:Câmara da Praia vai recorrer a empréstimo obrigacionista de 600 mil contos

PRAIA- A Câmara Municipal da Praia vai recorrer a um empréstimo obrigacionista de 600 mil contos, através da Bolsa de Valores de Cabo Verde para reestruturação e saneamento da dívida municipal e a construção do novo mercado municipal.
A proposta foi apresentada e aprovada, no final da tarde de sexta-feira, na III sessão extraordinária da Assembleia Municipal, sem voto favorável da bancada do PAICV.
Os 600 mil contos, cuja amortização deverá ser feita em 20 anos, permitirá à edilidade praiense liquidar uma parte da dívida junto ao Banco Comercial do Atlântico (BCA) no valor de 200 mil contos e uma outra parte na Caixa Económica de Cabo Verde (CECV) estimada em 50 mil contos.
Os restantes 350 mil contos do empréstimo serão destinados ao projecto da construção do mercado municipal, segundo o vereador da área de Economia e Finanças, Óscar Santos.
O novo mercado localizar-se-á no actual espaço denominado “Campo Coco” e, de acordo com a proposta, terá todas as condições para “responder às exigências actuais da procura em termos de quantidade e em termos de qualidade”, mas também “às necessidades da procura potencial para os próximos 25 anos”.
Apesar destas justificações, a bancada municipal do PAICV não votou a favor da proposta para emissão de obrigações. Os eleitos dizem ser favorável à ideia do projecto do novo mercado, mas porém contestam o local escolhido para a sua edificação.
Segundo o PAICV, numa altura em que o desporto nacional está em alta, não se devia propor a destruição do actual Campo do Coco para construir o novo mercado.
No entender dessa bancada municipal, a Câmara devia escolher outros locais alternativos, nomeadamente, o do actual mercado do Sucupira, que poderia ser remodelado com base no projecto que a edilidade pensa desenvolver em relação ao novo mercado.
“Em termos de dimensão espacial estamos a falar de dois espaços com a mesma dimensão. Portanto, mais vale pegar no que já existe, readaptá-lo e adequá-lo às novas exigências do que diminuir o parque desportivo da cidade para construir um mercado”, sublinhou o líder da bancada municipal do PAICV, Vladimir Silves Ferreira.
O PAICV alega ainda, o facto da proposta do pedido de autorização de emissão dos 350 mil contos de obrigações para a construção do mercado municipal, ter sido apresentada sem um projecto da arquitectura do novo mercado, bem como estudos que demonstrem o seu impacto económico e ambiental.
Por isso, na opinião Vladmir Ferreira a ausência desses comprovativos que “garantem segurança de que se vai fazer um investimento de vários milhares de contos de forma sustentável” não justifica a aprovação da iniciativa da Câmara.
O presidente da Câmara Municipal, Ulisses Correia e Silva, justifica, por seu lado, que as críticas do PAICV não passam de uma “montagem de argumentos” para votar contra a iniciativa apresentada.
Interrogado se a emissão de obrigações é a melhor solução e se a autarquia tem, neste momento, credibilidade para conseguir as obrigações, Ulisses Silva garantiu que a edilidade cumpre todos os requisitos para conseguir esse empréstimo obrigacionista.
IF Inforpress/fim

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