LISBOA-A afirmação "o meio ambiente pode dar significado novo à política" surge num momento importante da pré-campanha para a Presidência no Brasil: o recente ingresso da senadora Marina Silva, do Partido Verde (PV), como possível candidata na disputa eleitoral de 2010.
A frase proferida pela senadora sintetiza a linha estratégica que a sua campanha poderá tomar no futuro. Política com imagem positiva e biografia respeitável, a ex-seringueira e ex-ministra do Ambiente do Governo Lula, que empunha a bandeira da protecção da natureza e do desenvolvimento sustentável, com tónica na Amazónia, tem hipóteses de atrair votos da classe média instruída e preocupada com a preservação ambiental, ao mesmo tempo que incomoda a candidata do Governo do Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff.
As questões ligadas ao ambiente exigem urgência no Brasil.
Um projecto político com importância ambiental é indissociável de seu programa futuro de governo. Foi pela construção de uma política estratégica do meio ambiente que Marina militou durante 30 anos no PT, mas desligou-se recentemente do partido por não ter encontrado as "condições políticas" necessárias para avanços na questão ambiental; decisão que teve repercussão em grandes jornais norte-americanos.
Ligada ao PV desde a época de Chico Mendes, seringueiro e sindicalista assassinado há quase 21 anos, a quem o The Guardian chamou "Che Guevara da era ambiental", Marina passa a relembrar o início da sua trajectória política ao lado do activista, "seu professor", com o objectivo de colar a sua imagem ao legado de preservação ambiental que dele ainda emana. No Acre, estado natal da senadora, o PV foi criado pela vontade de Chico Mendes. Marina irá refundar o partido elegendo uma bancada mais identificada com a temática que defende, onde a metade é composta por ambientalistas.
Para o PV - que detém 2,5% de representação no Congresso, Marina representa depuração partidária, na esfera política nacional a sua possível candidatura simboliza renovação ideológica.
Ligada ao PV desde a época de Chico Mendes, seringueiro e sindicalista assassinado há quase 21 anos, a quem o The Guardian chamou "Che Guevara da era ambiental", Marina passa a relembrar o início da sua trajectória política ao lado do activista, "seu professor", com o objectivo de colar a sua imagem ao legado de preservação ambiental que dele ainda emana. No Acre, estado natal da senadora, o PV foi criado pela vontade de Chico Mendes. Marina irá refundar o partido elegendo uma bancada mais identificada com a temática que defende, onde a metade é composta por ambientalistas.
Para o PV - que detém 2,5% de representação no Congresso, Marina representa depuração partidária, na esfera política nacional a sua possível candidatura simboliza renovação ideológica.
É necessário dizer que a senadora irá dividir os votos pró-Governo numa disputa que deveria ser entre oposição e Governo. É notória a incorporação do tema "ambiente" na retórica de outros candidatos, após o surgimento de Marina na disputa.
A sua associação ao "pequeno" e heterogéneo PV, que nasceu sob os moldes do PV europeu, faz com que a estratégia da senadora, que começa a ser desenhada, não seja monotemática como imaginariam alguns. A eleição de Marina Silva como presidente é um cenário difícil de se concretizar, mas a sua presença na corrida presidencial irá permitir que os candidatos encarem com maior seriedade temas estratégicos fundamentais para o futuro da "maior potência ambiental do planeta": o ambiente e o desenvolvimento sustentável.
DN.PT-por Renato Mendes
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