É inaceitável que José Maria Neves (JMN) tente enganar mais uma vez os cabo-verdianos. A apresentação em 12-09-2009 da moção de estratégia com que se recandidata à liderança do PAICV não passa de um discurso balofo, desgastado e repetitivo baseado num falso pressuposto, o de que os resultados da governação do seu partido durante os últimos 9 anos e as novas promessas justificam a atribuição ao PAICV de um novo mandato de 5 anos em 2011.Para o povo de Cabo Verde, dentro e fora do País, este discurso não é novo. A sensação de que não traduz o que realmente se passa no nosso País e de já o ter visto e ouvido leva o povo de Cabo Verde a “torcer o nariz”. Todos sabemos que os governos do PAICV não acertaram em várias frentes.
1. CRESCIMENTO ECONÓMICO
Prometeu, JMN, durante os últimos 9 anos um crescimento económico sustentado. Chegou a falar de um crescimento da ordem dos dois dígitos. Ora, o que tivemos, desde que o PAICV re-assumiu o controlo da governação em 2001, foi uma desaceleração acentuada do ritmo de actividade económica, que, em 2000, era de 7.3% e, em 2010 se estima que seja de uns míseros 3.5%. Convenhamos que isso não é, seguramente, um resultado de que se devam orgulhar os cabo-verdianos, pois entre os 12% de crescimento que o país atingiu em 1999 e os 3.5% esperados em 2010, há uma enorme diferença e JMN não pode fechar os olhos e fingir que não tem nada a ver com isso.
O potencial de crescimento da economia de Cabo Verde não merecia ter essa inversão e JMN, mais do que ninguém, tem de ser responsabilizado por isso.
O PAICV e o seu líder propagandeiam um potencial de crescimento e de transformação de Cabo Verde que não conseguiram concretizar na prática.
É com base nesse potencial que não souberam explorar nos últimos 9 anos que querem, pela terceira vez, renovar o mandato do PAICV em 2011.
Oferecem aos menos avisados mais uma promessa, mais um canto da sereia. Quer-se transformar para melhor e não para o pior e, como se costuma dizer em bom crioulo de Santiago, ki ta anda pa trás é kutú bem-bem.
Oferecem aos menos avisados mais uma promessa, mais um canto da sereia. Quer-se transformar para melhor e não para o pior e, como se costuma dizer em bom crioulo de Santiago, ki ta anda pa trás é kutú bem-bem.
A restauração do crescimento económico e da confiança, de que falou JMN na moção de apresentação da sua re-candidatura, não se tendo verificado durante a sua governação evidenciam um líder dessintonizado com aquilo que foi a década de noventa.
Esta foi considerada a década de ouro de Cabo Verde, que nela conheceu taxas de crescimento jamais vistas, redução substancial do desemprego, acesso acrescido aos serviços de energia, água, telecomunicações, saneamento, educação, saúde, etc. e foi também nela que a população passou a expressar-se livremente, que foram estabelecidos os alicerces de um estado democrático, ao ponto do antigo presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, ter considerado em 1999, Cabo Verde, como sendo o farol da democracia em África.
JMN fez um discurso para os seus apoiantes, incompatível com as reais preocupações que afligem os cidadãos e as empresas cabo-verdianas. É que a estratégia de JMN está, toda ela, estribada numa ideologia socializante, no nivelamento por baixo, na engorda dos cofres do Estado à custa de contribuintes, num esforço de comparação dos poucos resultados alcançados por Cabo Verde com os dos países africanos que estão no fundo do poço. Quem esteve atento aos níveis de crescimento atingidos por Cabo Verde nas duas décadas (a de noventa e a actual), só pode concluir que se trata de uma brincadeira de mau gosto de JMN.
In Liberal.sapo.cv-Por Benvindo Rodrigues(Foto)
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