terça-feira, 8 de junho de 2010

CV/PORT:Trocas comerciais entre Cabo Verde e Portugal caíram em 2009

LISBOA-As importações portuguesas de Cabo Verde caíram 19% de 2008 para 2009, enquanto as exportações, no mesmo período, diminuíram 13%, segundo os dados oficiais a que a Agência Lusa teve acesso.
Dados do Banco de Cabo Verde (BCV) e do Instituto Nacional de Estatística (INE) português indicam, no entanto, que o primeiro trimestre de 2010 já indicia uma tendência de subida, quer nas exportações, quer nas importações, quando comparado com o mesmo período de 2009.
Em 2008, Portugal exportou bens e serviços no montante de 257,5 milhões de euros, valor que desceu para quase 222,9 milhões de euros em 2009. Quanto às importações portuguesas de Cabo Verde, desceram de 8,9 milhões de euros em 2008 para 7,2 milhões de euros no ano passado.
O saldo da balança comercial é favorável a Portugal, tendo o coeficiente de cobertura subido de 2873% para 3079%, para o que contou, directa ou indirectamente, a presença de 3689 empresas portuguesas no mercado.
Nas exportações cabo-verdianas, Portugal, durante anos o principal parceiro de Cabo Verde, foi ultrapassado em 2009 pela Espanha como principal destino dos produtos do arquipélago, apesar de manter o primeiro lugar como fornecedor.
As quebras nas exportações e importações são justificadas pela crise económica internacional, estagnação do mercado imobiliário, pequena dimensão do mercado, a concorrência cada vez maior de um também cada vez maior número de países, como a Espanha, Brasil e China.
No entanto, as linhas de crédito disponibilizadas em 2009 por Portugal a Cabo Verde - 200 milhões de euros para a Habitação, 100 milhões de euros para as Energias Renováveis e o aumento de 100 para 200 milhões de euros para projectos de infra-estruturas - começaram já a dar frutos, prevendo-se a recuperação das exportações portuguesas para o arquipélago já no ano em curso.
Daí a reestruturação dos acordos comerciais e de cooperação que levam o primeiro ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, a visitar oficialmente Portugal, cujo programa oficial começa hoje (termina sábado), tendo como pano de fundo a institucionalização de cimeiras, de dois em dois anos, entre ambos os Governos.
Segundo José Maria Neves, a intenção é "entrar numa nova era" de cooperação, deixando de lado os projectos de Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD), criando-se uma nova estratégia baseada em parcerias públicas e privadas, com vantagens mútuas e em pé de igualdade.
Em Março de 2009, durante a visita oficial a Cabo Verde do primeiro ministro português, José Sócrates, foram identificadas novas áreas de cooperação, como as energias renováveis, tecnologias da comunicação e de informação e infra-estruturação (portos, aeroportos e redes rodoviárias), sendo essas as "novidades" que permitirão "selar a parceria estratégica", como disse José Maria Neves.
Paralelamente, as pequenas e médias empresas portuguesas começaram a investir no mercado industrial cabo-verdiano, apoiando Cabo Verde não só na produção interna - a indústria é residual no país - como também a reexportação para a sub-região oeste-africana.
OJE/LUSA

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