Os liberais até podem ter sido o partido que mais deputados elegeu nas legislativas holandesas, mas o grande vencedor do escrutínio de dia 9 foi o partido anti-islão liderado por Geert Wilders. Terceiro, atrás dos liberais com 31 deputados e dos trabalhistas com 30, o Partido para a Liberdade passou de nove lugares na Câmara baixa do Parlamento para 24.
"Em Haia, agora, têm de nos ter em conta", afirmou um exultante Wilders diante dos seus apoiantes. E o deputado, de 46 anos, garantiu que a sua formação "quer mesmo entrar para o Governo".
Uma vez que nenhum dos partidos obteve os deputados necessários para governar sozinho, as negociações para a formação de uma coligação governamental já começaram. Tradicionalmente, cabe ao líder do partido vencedor tentar organizar uma equipa. Neste caso, a tarefa está nas mãos de Mark Rutte, o líder dos liberais do VVD. O seu ambicioso programa de redução das despesas públicas e do défice valeu-lhe apenas uma curta vitória no primeiro país da zona euro a ir às urnas desde que a crise financeira provocou a queda da moeda única.
Antes mesmo das eleições, Rutte já havia dito querer ter o governo pronto até 1 de Julho e "não excluir" nenhum partido. Apesar de a sua vitória surpresa colocar o partido de Wilders, anti-islâmico e xenófobo, como alternativa credível para os liberais, a hipótese de uma grande coligação - com os trabalhistas de Job Cohen, os ecologistas e os centristas da Democracia 66 - não está posta de parte. Os analistas prevêem que as negociações serão "longas e difíceis".
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1589982&seccao=Europa
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