ONU-O tráfico ilegal de pessoas, drogas, petróleo, tabaco, medicamentos falsos, resíduos industriais e diamantes está a tornar a África Ocidental uma mina de ouro para o crime organizado internacional, alertou quarta feira a ONU.
"A África Ocidental tem tudo o que a criminalidade necessita: recursos, localização estratégica, governos fracos e um número ilimitado de soldados que vêem poucas alternativas viáveis a uma vida criminosa", assegurou António Maria Costa, director do departamento das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC).
O UNODC divulgou ontem o relatório "Contrabando Internacional e o Império da Lei na África Ocidental - Uma Avaliação das Ameaças", que conclui que "a criminalidade organizada está a saquear a região, destruindo os governos, o meio ambiente, os direitos humanos e a saúde" dos seus habitantes.
Anualmente, 5700 pessoas são enviadas para a Europa pelos traficantes, na sua maioria mulheres para serem exploradas sexualmente, o que rende às máfias desta nova forma de escravidão cerca de 300 milhões de dólares anuais (cerca de 215,11 milhões de euros), indica o estudo.
A ONU calcula que em 2008 outras 20 000 pessoas da África Ocidental entraram clandestinamente na Europa, recorrendo para isso a organizações criminosas que ganharam 75 milhões de dólares.
Em alguns casos, a quantidade de dinheiro que se consegue com a actividade criminosa compete com o produto interno bruto (PIB) dos países da zona, que se encontram entre os mais pobres do mundo, indica também o relatório.
Assim, os 438 milhões de dólares obtidos com o contrabando de 45 milhões de comprimidos anti-malária falsos ultrapassam o PIB da Guiné-Bissau.
Os 775 milhões gerados pelo tráfico ilegal de tabaco excedem as contas da economia da Gambia e os 1000 milhões de dólares da cocaína que transita pela África Ocidental estão ao mesmo nível que o PIB de Cabo Verde ou da Serra Leoa.
A ONU calculou que em 2006 uma quarta parte da cocaína consumida na Europa (cerca de 40 toneladas) transitou pela África Ocidental e que os 1000 milhões de dólares que rendeu ameaçam a segurança de toda a região.
Estes números reduziram-se nos últimos 18 meses, no que é o único aspecto positivo deste relatório em relação ao contrabando ilegal nesta parte do continente africano.
Na África Ocidental, entre 50 a 60 por cento dos medicamentos são falsos e até 80 por cento dos cigarros são de contrabando, estima a ONU.
Na Nigéria, no delta do rio Níger, cerca de 55 milhões de barris de petróleo são anualmente desviados da circulação legal e os 1010 milhões de dólares que rendem acabam nas mãos de grupos criminosos e da guerrilha secessionista, segundo o relatório.
Na região existem 30 grupos armados e mais de dois milhões de armas sem controlo, um negócio avaliado em 170 milhões de dólares.
"Os países ricos devem assumir a sua quota de responsabilidade para travar o seu apetite por drogas, mão-de-obra barata e mercadorias exóticas que chegam do contrabando na região e impedir que a África Ocidental seja usada como um depósito de armas, resíduos e medicamentos falsos", pediu o director do UNODC.
"A África Ocidental tem tudo o que a criminalidade necessita: recursos, localização estratégica, governos fracos e um número ilimitado de soldados que vêem poucas alternativas viáveis a uma vida criminosa", assegurou António Maria Costa, director do departamento das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC).
O UNODC divulgou ontem o relatório "Contrabando Internacional e o Império da Lei na África Ocidental - Uma Avaliação das Ameaças", que conclui que "a criminalidade organizada está a saquear a região, destruindo os governos, o meio ambiente, os direitos humanos e a saúde" dos seus habitantes.
Anualmente, 5700 pessoas são enviadas para a Europa pelos traficantes, na sua maioria mulheres para serem exploradas sexualmente, o que rende às máfias desta nova forma de escravidão cerca de 300 milhões de dólares anuais (cerca de 215,11 milhões de euros), indica o estudo.
A ONU calcula que em 2008 outras 20 000 pessoas da África Ocidental entraram clandestinamente na Europa, recorrendo para isso a organizações criminosas que ganharam 75 milhões de dólares.
Em alguns casos, a quantidade de dinheiro que se consegue com a actividade criminosa compete com o produto interno bruto (PIB) dos países da zona, que se encontram entre os mais pobres do mundo, indica também o relatório.
Assim, os 438 milhões de dólares obtidos com o contrabando de 45 milhões de comprimidos anti-malária falsos ultrapassam o PIB da Guiné-Bissau.
Os 775 milhões gerados pelo tráfico ilegal de tabaco excedem as contas da economia da Gambia e os 1000 milhões de dólares da cocaína que transita pela África Ocidental estão ao mesmo nível que o PIB de Cabo Verde ou da Serra Leoa.
A ONU calculou que em 2006 uma quarta parte da cocaína consumida na Europa (cerca de 40 toneladas) transitou pela África Ocidental e que os 1000 milhões de dólares que rendeu ameaçam a segurança de toda a região.
Estes números reduziram-se nos últimos 18 meses, no que é o único aspecto positivo deste relatório em relação ao contrabando ilegal nesta parte do continente africano.
Na África Ocidental, entre 50 a 60 por cento dos medicamentos são falsos e até 80 por cento dos cigarros são de contrabando, estima a ONU.
Na Nigéria, no delta do rio Níger, cerca de 55 milhões de barris de petróleo são anualmente desviados da circulação legal e os 1010 milhões de dólares que rendem acabam nas mãos de grupos criminosos e da guerrilha secessionista, segundo o relatório.
Na região existem 30 grupos armados e mais de dois milhões de armas sem controlo, um negócio avaliado em 170 milhões de dólares.
"Os países ricos devem assumir a sua quota de responsabilidade para travar o seu apetite por drogas, mão-de-obra barata e mercadorias exóticas que chegam do contrabando na região e impedir que a África Ocidental seja usada como um depósito de armas, resíduos e medicamentos falsos", pediu o director do UNODC.
Com DN/Lusa
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