"É natural que se tenha registado algum abrandamento da actividade económica no primeiro semestre deste ano, com particular incidência no turismo e na construção civil, com reflexos negativos a nível do emprego...
PRAIA – Acabou há momentos o debate sobre o Estado da Nação no Parlamento cabo-verdiano, marcado, mais uma vez, por discursos de ocasião. O Governo e a Situação (PAICV) a dizerem que o país está a desenvolver a mil maravilhas e a Oposição (MpD), a dizer o contrário.
No seu discurso de abertura do debate, esta manhã, o Primeiro-ministro disse que não é por acaso que Cabo Verde “é hoje um país com credibilidade, reconhecido como modelo de boa governação, estando nos lugares cimeiros das classificações internacionais”.
Para José Maria Neves somos uma Nação que está a realizar a sua ambição.
“Temos hoje mais do que nunca uma Nação confiante, orgulhosa, com auto estima. Uma Nação global que afirma a sua singularidade estribada na força da cultura crioula” acrescentou o PM.
Ainda de acordo com o Chefe do Governo, Cabo Verde está melhor, a pobreza está a diminuir e a qualidade de vida está em progresso. Há liberdade, há democracia.
Contudo, assume que a crise internacional já atingiu Cabo Verde, com forte impacto no sector do turismo e, particularmente, do imobiliário turístico, onde a generalidade das empresas vive situações difíceis. “O investimento directo estrangeiro acusou nos primeiros meses deste ano uma redução expressiva, a procura imobiliária externa está praticamente parada”, acrescenta Neves.
Mas Neves garante que já no ano passado o seu Governo alertara para a situação da crise internacional, com o anúncio da crise financeira, tendo tomado na altura algumas medidas pontuais e outras de fundo.
“Reduzimos de 5% a carga fiscal para as empresas: de 30 para 25% para as empresas tributadas segundo o método declarativo, de 20 para 15% para as pequenas empresas. Mais, fizemos retroagir esta medida a Janeiro de 2008 para que os benefícios para as empresas fossem imediatos”, aponta.
Para José Maria Neves a crise na economia cabo-verdiana “é-nos imposta do exterior. Ela é global e nenhum país no mundo e mormente Cabo Verde tem possibilidade de escapar aos seus efeitos. Cabo Verde é apanhado neste turbilhão”, sublinhou, para explicar a desaceleração da procura externa. Desde logo, “é natural que se tenha registado algum abrandamento da actividade económica no primeiro semestre deste ano, com particular incidência no turismo e na construção civil, com reflexos negativos a nível do emprego e também a nível das empresas”, concluiu o seu raciocínio.
Em relação à situação de crise profunda por que passam as empresas cabo-verdianas, principalmente as de construção civil e imobiliária turística, o PM mostra-se solidário, e advoga ter já tomado algumas medidas para atenuar a sua situação, como a criação de um Novo Banco de modo a facilitar o acesso das micro e das pequenas e médias ao financiamento.
No entender de José Maria Neves todos esses problemas podem ser ultrapassados com o engajamento das pessoas. Daí propor um pacto com a sociedade civil, com os municípios, com o sector privado e com os trabalhadores.
LIBERAL.CV
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