LÁQUILA-Nesta quinta-feira (09/07), segundo dia do encontro de cúpula dos países do G8 em Áquila, na Itália, os chefes de Estado e governo das sete principais economias industrializadas do mundo mais a Rússia se reuniram com os líderes do G5, formado pelos países emergentes (Brasil, China, Índia, México e África do Sul).
A principal expectativa era quanto à reação dos emergentes à decisão tomada no dia anterior pelo G8 de limitar até 2050 o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Para isso, o G8 teria necessariamente que contar com o apoio dos emergentes, cujas emissões crescem a passos rápidos.
Na quinta-feira, o G5 anunciou estar de acordo e, com o aval também da Indonésia, da Coreia do Sul e da Austrália, cresceram as chances de sucesso da conferência internacional do clima marcada para o final do ano em Copenhague.
Fim da era do carbono fóssil
"Os países industrializados têm ainda muito o que fazer até termos um substituto para o protocolo de Kyoto", admite Angela Merkel. "Mas, pela primeira vez, os emergentes estão dispostos a desviar-se de seu caminho até então, do business as usual. Isso nunca foi posto no papel e por isso é um enorme progresso", disse a chanceler federal alemã
Para o pesquisador ambiental Hans-Joachim Schellnhuber, o limite imposto de 2ºC foi um passo decisivo, pois implica automaticamente que os países industrializados terão que reduzir 40% das emissões de dióxido de carbono até 2020 e 80% até 2050. Isso representaria o fim da era do carbono fóssil.
No entanto, organizações ambientais lamentam a ausência de declarações concretas. "O limite de 2ºC é um avanço, mas não uma revelação", critica Kathrin Gutmann, do World Wildlife Fonds (WWF). "Falta explicar como querem concluir essa meta. Que medidas as nações industrializadas tomarão até lá e que verba colocarão à disposição para que os países em desenvolvimento também reduzam suas emissões."
Protecionismo e Doha 2010
Outra questão aguardada em Áquila dizia respeito às negociações para a liberalização do comércio mundial. Os líderes do G8 e do G5, aos quais se associou o Egipto, comprometeram-se a "resistir aos protecionismo" e estabeleceram o ano de 2010 como prazo para concluir as negociações da Cimeira de Doha, que visa eliminar direitos aduaneiros e reduzir os subsídios à agricultura nos países ricos.
"Assumimos o compromisso de tentar chegar a uma conclusão ambiciosa e equilibrada do ciclo de desenvolvimento de Doha em 2010", consta da declaração do G8-G5. Além disso, os líderes reunidos na Itália marcaram uma reunião ministerial para ainda antes do próximo encontro de cúpula do G20, previsto para 24 e 25 de setembro em Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Dilema iraniano
Ao tratar da questão do Irão e de seu programa nuclear, os líderes do G8 haviam decidido na quarta-feira que dariam a Teerão tempo até a cúpula do G20 em Pittsburgh.
Na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou ao presidente Lula que seu país conta com o Brasil – que possui boas relações comerciais com o Irão – para pressionar o país a renunciar a um programa nuclear com fins militares.
Os dois chefes de Estado se reuniram hoje por trinta minutos, à margem do encontro de cúpula, para discutir, além da situação no Irão, o golpe de Estado em Honduras, a crise econômica e de energia, e as mudanças climáticas.
DW por Henrik Böhme/RR/lusa
A principal expectativa era quanto à reação dos emergentes à decisão tomada no dia anterior pelo G8 de limitar até 2050 o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Para isso, o G8 teria necessariamente que contar com o apoio dos emergentes, cujas emissões crescem a passos rápidos.
Na quinta-feira, o G5 anunciou estar de acordo e, com o aval também da Indonésia, da Coreia do Sul e da Austrália, cresceram as chances de sucesso da conferência internacional do clima marcada para o final do ano em Copenhague.
Fim da era do carbono fóssil
"Os países industrializados têm ainda muito o que fazer até termos um substituto para o protocolo de Kyoto", admite Angela Merkel. "Mas, pela primeira vez, os emergentes estão dispostos a desviar-se de seu caminho até então, do business as usual. Isso nunca foi posto no papel e por isso é um enorme progresso", disse a chanceler federal alemã
Para o pesquisador ambiental Hans-Joachim Schellnhuber, o limite imposto de 2ºC foi um passo decisivo, pois implica automaticamente que os países industrializados terão que reduzir 40% das emissões de dióxido de carbono até 2020 e 80% até 2050. Isso representaria o fim da era do carbono fóssil.
No entanto, organizações ambientais lamentam a ausência de declarações concretas. "O limite de 2ºC é um avanço, mas não uma revelação", critica Kathrin Gutmann, do World Wildlife Fonds (WWF). "Falta explicar como querem concluir essa meta. Que medidas as nações industrializadas tomarão até lá e que verba colocarão à disposição para que os países em desenvolvimento também reduzam suas emissões."
Protecionismo e Doha 2010
Outra questão aguardada em Áquila dizia respeito às negociações para a liberalização do comércio mundial. Os líderes do G8 e do G5, aos quais se associou o Egipto, comprometeram-se a "resistir aos protecionismo" e estabeleceram o ano de 2010 como prazo para concluir as negociações da Cimeira de Doha, que visa eliminar direitos aduaneiros e reduzir os subsídios à agricultura nos países ricos.
"Assumimos o compromisso de tentar chegar a uma conclusão ambiciosa e equilibrada do ciclo de desenvolvimento de Doha em 2010", consta da declaração do G8-G5. Além disso, os líderes reunidos na Itália marcaram uma reunião ministerial para ainda antes do próximo encontro de cúpula do G20, previsto para 24 e 25 de setembro em Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Dilema iraniano
Ao tratar da questão do Irão e de seu programa nuclear, os líderes do G8 haviam decidido na quarta-feira que dariam a Teerão tempo até a cúpula do G20 em Pittsburgh.
Na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou ao presidente Lula que seu país conta com o Brasil – que possui boas relações comerciais com o Irão – para pressionar o país a renunciar a um programa nuclear com fins militares.
Os dois chefes de Estado se reuniram hoje por trinta minutos, à margem do encontro de cúpula, para discutir, além da situação no Irão, o golpe de Estado em Honduras, a crise econômica e de energia, e as mudanças climáticas.
DW por Henrik Böhme/RR/lusa
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