terça-feira, 11 de agosto de 2009

BRASIL:Boeing quer vender caças e tecnologia ao Brasil

BRASILIA-O governo brasileiro anuncia em breve de quem comprará 36 modernos aviões de combate, para substituir a atual frota de caças supersônicos. O volume final do negócio, dependendo de projetos de transferência de tecnologia, deve chegar os US$ 10 bilhões.
Na luta pelo contrato bilionário, a maior empresa aeroespacial do mundo, a Boeing, está oferecendo investir no Brasil a mesma soma em dólares que for paga pela aquisição dos caças avançados pretendidos pela Força Aérea Brasileira (FAB). A promessa veio da boca de Jim Albaugh, vendedor-chefe de aviões militares e sistemas bélicos da Boeing. Ele acha que seu avião é o melhor por um motivo central: é o único, entre os competidores, que está em combate há mais de 15 anos e vai continuar. Trata-se do “F-18 Super Hornet” de segunda geração, empregado pela Marinha americana. Os principais competidores são o francês “Rafale”, oferecido com um amplo pacote de tecnologias que incluiriam até submarinos, e o sueco “Grippen”, um modelo elogiado pela flexibilidade e baixos custos. Mas o vendedor da Boeing sabe que o foco central do reequipamento da FAB é político, e diz que o governo de Barack Obama entendeu o que precisa ser feito. “Washington apoia uma oferta de transferência de tecnologia que incluiria a propriedade intelectual, além de sistemas avançados de armamentos, uma proposta nunca feita antes”, segundo Jim Albaugh.
E qual motivo da Boeing por à venda o que lhe custou tanto dinheiro para desenvolver?
“Queremos ser uma empresa global no setor de defesa, com a participação de vários países”, respondeu. “E para isso precisamos oferecer a tecnologia que desenvolvemos”. São severas as restrições impostas pelo governo dos EUA aos compradores de armas americanas que desejam reexportar bens e tecnologias adquiridas. “No caso do Brasil”, diz o vendedor da Boeing, “a disposição do governo de Obama em facilitar as coisas não tem precedentes”, disse. E por um fato simples, adianta: “Nos últimos anos, os americanos exportaram centenas de aviões de guerra, mas nenhum para o Brasil, e agora o Departamento de Estado em Washington aceitou que fosse exportada também a nossa propriedade intelectual”. Há 35 anos vendendo aviões militares, Jim Albaugh tem clara visão de quanto a política influencia esse tipo de negócio. “Entendo que existam preocupações em relação aos EUA por conta do passado. Mas espero que o governo brasileiro perceba como pode se beneficiar de ter uma boa relação com os EUA”, afirmou.
Obama
O Jornal da Globo apurou que o presidente Barack Obama já ligou uma vez para o presidente Lula para falar do interesse americano em vender aviões militares e tecnologia para o Brasil, e deve telefonar brevemente mais uma vez, para tratar do mesmo assunto.
GLOBO.COM

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