PRAIA-Majestoso, o veleiro "Stad Amsterdam" acosta ao princípio da manhã no porto da Cidade da Praia. Curiosos são poucos, apenas os trabalhadores do próprio porto. O que é? "Mais um barco". Não. É uma expedição. Hã? Charles Darwin. Hã?
Mas ninguém pode ficar indiferente. Imponente, com os seus 60 metros de comprimento, três mastros, um deles com um pouco mais de 46 metros de altura, quilómetros e quilómetros de cabos de aço e 32 tripulantes, dá nas vistas pois ao lado estão navios mercantes de onde saem dezenas de contentores numa azáfama de descarregamento.
A partir de um morro sobranceiro ao porto, Sara Darwin assistiu às filmagens da chegada do veleiro, feita por uma equipa da televisão holandesa que está a preparar um programa especial sobre os 200 anos do nascimento do naturalista Charles Darwin em Fevereiro de 1809.O veleiro, construído em 2000, partiu em Janeiro último de Ostende, na Bélgica, rumo a Plymouth (sul de Inglaterra), onde começou a concretizar um projecto inicialmente pensado há 20 anos: fazer o percurso que Darwin, entre 1832 e 1836, efectuou à volta do mundo - a Praia foi a primeira paragem - e que viria a revolucionar a então teoria da origem das espécies, voltada para a Igreja."Ao longo desta viagem, um dos meus objectivos é seguir as pequenas pegadas que deixou durante os cinco anos uma pessoa que era suposto ser um estudioso de Antroponímia (estudo dos nomes das pessoas), mas que se tornou em alguém capaz de escrever e publicar «A Origem das Espécies»", diz Sara à Agência Lusa."Cabo Verde é onde Charles Darwin pisou solo firme pela primeira vez nos trópicos e o primeiro passo que o levou a tornar-se cientista", acrescenta a botânica britânica, 45 anos (nasci no "Dia das Mentiras" - 1 de Abril de 1964), alta funcionária do Museu de História Natural, em Londres, e, claro, o apelido não é coincidência, tetraneta do naturalista britânico.
Cabo Verde é a primeira etapa do "Stad Amsterdam", que, durante um ano, vai seguir o percurso feito por Charles Darwin a bordo do Beagle, tendo uma tripulação também composta por historiadores e cientistas. Sara não estará sempre a bordo, mas deslocar-se-á de avião até aos portos de escala do veleiro."Espero poder ver, através dos olhos do Darwin do século XIX, os lugares que visitou, e ver como foi, os factores que o levaram à conclusão da evolução através da selecção natural", explicou Sara, lembrando que, apesar da muita polémica, em pleno século XIX, Charles Darwin foi um naturalista que conseguiu convencer a comunidade científica da veracidade da selecção natural e sexual como base da evolução das espécies, teoria enunciada no livro editado em 1859 (passam agora 150 anos).Depois de Cabo Verde, o naturalista britânico passou pela Baía e Rio de Janeiro, no Brasil, Patagónia, ilhas Malvinas e Terra do Fogo, ilhas Galápagos, Nova Zelândia, Austrália, Tasmânia, Maldivas, toda a costa ocidental da América do Sul, do Chile ao Peru, bem como as ilhas Keeling, Maurícia e Santa Helena.Quatro anos e nove meses depois, a 2 de Outubro de 1836, Darwin regressou a casa, no então porto britânico de Falmouth, hoje parte de Plymouth.
OJE/LUSA-Por José Sousa Dias
Mas ninguém pode ficar indiferente. Imponente, com os seus 60 metros de comprimento, três mastros, um deles com um pouco mais de 46 metros de altura, quilómetros e quilómetros de cabos de aço e 32 tripulantes, dá nas vistas pois ao lado estão navios mercantes de onde saem dezenas de contentores numa azáfama de descarregamento.
A partir de um morro sobranceiro ao porto, Sara Darwin assistiu às filmagens da chegada do veleiro, feita por uma equipa da televisão holandesa que está a preparar um programa especial sobre os 200 anos do nascimento do naturalista Charles Darwin em Fevereiro de 1809.O veleiro, construído em 2000, partiu em Janeiro último de Ostende, na Bélgica, rumo a Plymouth (sul de Inglaterra), onde começou a concretizar um projecto inicialmente pensado há 20 anos: fazer o percurso que Darwin, entre 1832 e 1836, efectuou à volta do mundo - a Praia foi a primeira paragem - e que viria a revolucionar a então teoria da origem das espécies, voltada para a Igreja."Ao longo desta viagem, um dos meus objectivos é seguir as pequenas pegadas que deixou durante os cinco anos uma pessoa que era suposto ser um estudioso de Antroponímia (estudo dos nomes das pessoas), mas que se tornou em alguém capaz de escrever e publicar «A Origem das Espécies»", diz Sara à Agência Lusa."Cabo Verde é onde Charles Darwin pisou solo firme pela primeira vez nos trópicos e o primeiro passo que o levou a tornar-se cientista", acrescenta a botânica britânica, 45 anos (nasci no "Dia das Mentiras" - 1 de Abril de 1964), alta funcionária do Museu de História Natural, em Londres, e, claro, o apelido não é coincidência, tetraneta do naturalista britânico.
Cabo Verde é a primeira etapa do "Stad Amsterdam", que, durante um ano, vai seguir o percurso feito por Charles Darwin a bordo do Beagle, tendo uma tripulação também composta por historiadores e cientistas. Sara não estará sempre a bordo, mas deslocar-se-á de avião até aos portos de escala do veleiro."Espero poder ver, através dos olhos do Darwin do século XIX, os lugares que visitou, e ver como foi, os factores que o levaram à conclusão da evolução através da selecção natural", explicou Sara, lembrando que, apesar da muita polémica, em pleno século XIX, Charles Darwin foi um naturalista que conseguiu convencer a comunidade científica da veracidade da selecção natural e sexual como base da evolução das espécies, teoria enunciada no livro editado em 1859 (passam agora 150 anos).Depois de Cabo Verde, o naturalista britânico passou pela Baía e Rio de Janeiro, no Brasil, Patagónia, ilhas Malvinas e Terra do Fogo, ilhas Galápagos, Nova Zelândia, Austrália, Tasmânia, Maldivas, toda a costa ocidental da América do Sul, do Chile ao Peru, bem como as ilhas Keeling, Maurícia e Santa Helena.Quatro anos e nove meses depois, a 2 de Outubro de 1836, Darwin regressou a casa, no então porto britânico de Falmouth, hoje parte de Plymouth.
OJE/LUSA-Por José Sousa Dias
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar com elegância e com respeito para o próximo.