BRUXELAS-A Comissão Europeia está prestes a divulgar novas medidas para atacar os bilhões que são desperdiçados todos os anos com regras burocráticas excessivas. As empresas sofrem, mas veem melhorias.
Trabalhadores gritam instruções enquanto uma empilhadeira carrega engradados num camião. A actividade é grande nesta manhã de setembro, apesar da recessão, mas o diretor da empresa de frete, Christian Dupuy, tem outras preocupações na cabeça: a burocracia europeia.
Empresário em Estrasburgo, França, Dupuy tem planos de expandir seu negócio, mas, como milhares de outros, ele diz que é frequentemente freado por regras da União Europeia:”Há muitas diretrizes que são difíceis de pôr em prática”, ele diz.
Tentando fazer com que seu negócio seja mais ambientalmente-correto, Christian Dupuy pretendia aproveitar subsídios de um novo plano ‘verde’ da UE para transformar fretes rodoviários em ferroviários. “Mas não há ninguém a quem procurar para esclarecer dúvidas, e quando recebemos a papelada, descobrimos que era apenas em inglês. Então tivemos que pagar para traduzir o documento, o que para muitas outras empresas menores seria impossível”, diz. No fim, as condições eram “impossíveis de serem atendidas”, como ele descobriu depois de muitos teplefonemas: “Sempre temos que ligar muitos, muitos números para achar alguém que possa nos atender. É a sobrevivência do mais forte.”
Bilhões perdidos
Trabalhadores gritam instruções enquanto uma empilhadeira carrega engradados num camião. A actividade é grande nesta manhã de setembro, apesar da recessão, mas o diretor da empresa de frete, Christian Dupuy, tem outras preocupações na cabeça: a burocracia europeia.
Empresário em Estrasburgo, França, Dupuy tem planos de expandir seu negócio, mas, como milhares de outros, ele diz que é frequentemente freado por regras da União Europeia:”Há muitas diretrizes que são difíceis de pôr em prática”, ele diz.
Tentando fazer com que seu negócio seja mais ambientalmente-correto, Christian Dupuy pretendia aproveitar subsídios de um novo plano ‘verde’ da UE para transformar fretes rodoviários em ferroviários. “Mas não há ninguém a quem procurar para esclarecer dúvidas, e quando recebemos a papelada, descobrimos que era apenas em inglês. Então tivemos que pagar para traduzir o documento, o que para muitas outras empresas menores seria impossível”, diz. No fim, as condições eram “impossíveis de serem atendidas”, como ele descobriu depois de muitos teplefonemas: “Sempre temos que ligar muitos, muitos números para achar alguém que possa nos atender. É a sobrevivência do mais forte.”
Bilhões perdidos
As frustrações de Christian Dupuy são comuns e alimentam um problema de bilhões de euros.
O ‘czar’ anti-burocracia da Comissão Europeia, Edmund Stoiber, diz que cerca de 40 bilhões de euros são desperdiçados anualmente por causa das regras excessivas para negócios e está prestes a divulgar um pacote de medidas para simplificá-las.
A UE tem 80 mil páginas de leis, muitas das quais Stoiber diz serem desnecessárias, e ele quer anular diretrizes que complicam a administração e regras de segurança para empresas que vão de panificadoras a fazendas.
“O problema é que nós criamos um bom mercado interno, mas também muitos encargos administrativos. Será um grande desafio aprovar esta proposta, mas ela é essencial”, diz Wim van de Camp, representante do Partido Democrata-Cristão holandês no Parlamento Europeu. “Uma pequena empresa, por exemplo, hoje tem que lutar com uma papelada só para preencher seus impostos. Por que não simplesmente deixá-los fazer tudo rapidamente pela internet, com um formulário padrão?”
Lobistas
“O problema é que nós criamos um bom mercado interno, mas também muitos encargos administrativos. Será um grande desafio aprovar esta proposta, mas ela é essencial”, diz Wim van de Camp, representante do Partido Democrata-Cristão holandês no Parlamento Europeu. “Uma pequena empresa, por exemplo, hoje tem que lutar com uma papelada só para preencher seus impostos. Por que não simplesmente deixá-los fazer tudo rapidamente pela internet, com um formulário padrão?”
Lobistas
Muitas das propostas da Comissão Europeia fazem sentido e são fáceis de serem aplicadas, mas Wim van de Camp alerta que existe um exército de contabilistas, advogados e especialistas em impostos que lucram com este campo minado administrativo, e eles têm um forte lobby em Bruxelas.
“Temos que ser honestos. Lobistas têm seus próprios interesses. Mas a Comissão Europeia e o Parlamento têm que se manter firmes”, ele diz. “Temos que lidar com uma crise econômica e bancária e o momento é certo para estas reformas.”
Ironicamente, a Comissão Europeia agora está propondo criar uma nova instituição para combater a burocracia. “Sim, parece um pouco absurdo”, ri Van de Camp. “Espero que substitua e não que venha se somar a grupos que já existem!”
Uma Europa, muitas regras
“Temos que ser honestos. Lobistas têm seus próprios interesses. Mas a Comissão Europeia e o Parlamento têm que se manter firmes”, ele diz. “Temos que lidar com uma crise econômica e bancária e o momento é certo para estas reformas.”
Ironicamente, a Comissão Europeia agora está propondo criar uma nova instituição para combater a burocracia. “Sim, parece um pouco absurdo”, ri Van de Camp. “Espero que substitua e não que venha se somar a grupos que já existem!”
Uma Europa, muitas regras
De volta a seu depósito, Christian Dupuy é um tanto cético sobre as reformas. “Eles pegam ‘eurocratas’ para inventar as regras, por que não consultar as pessoas que dirigem empresas para descobrir como as coisas realmente funcionam?”
“É como se eles colocassem a carroça diante dos bois. As fronteiras foram abertas, podemos transportar mercadoria por todo o continente, mas cada país tem regras diferentes”, diz ele, apontando para uma série de discos no vidro de um caminhão. “Não temos nem mesmo um pedágio fixo. Para ir para a Bélgica é preciso comprar uma ‘vignette’, na Alemanha é preciso um contador especial, na França você paga na estrada, e em outros países há outras formas diferentes.”
Melhorias
“É como se eles colocassem a carroça diante dos bois. As fronteiras foram abertas, podemos transportar mercadoria por todo o continente, mas cada país tem regras diferentes”, diz ele, apontando para uma série de discos no vidro de um caminhão. “Não temos nem mesmo um pedágio fixo. Para ir para a Bélgica é preciso comprar uma ‘vignette’, na Alemanha é preciso um contador especial, na França você paga na estrada, e em outros países há outras formas diferentes.”
Melhorias
Mas nem tudo vai mal, dizem muitos especialistas da área empresarial. Ursula Guri-Kaminski, da Câmara de Comércio de Estrasburgo, é especialista em empresas européias e diz que Bruxelas já melhorou muito as regras.
“Se olharmos como era há 20 anos, vemos que as empresas hoje acham muito mais fácil operar e vender seus produtos no exterior. Os regulamentos estão sempre sendo melhorados porque a Comissão europeia ouve o que estas empresas dizem”, ela comenta. “Afinal, toda democracia tem sua burocracia.”
“Se olharmos como era há 20 anos, vemos que as empresas hoje acham muito mais fácil operar e vender seus produtos no exterior. Os regulamentos estão sempre sendo melhorados porque a Comissão europeia ouve o que estas empresas dizem”, ela comenta. “Afinal, toda democracia tem sua burocracia.”
RNW-Por Vanessa Mock
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