PRAIA-País de acolhimento de uma grande comunidade cabo-verdiana, os Estados Unidos da América (EUA) celebram os seus 233 anos da proclamação da Independência, sábado, 4 de Julho. Pela passagem de mais esta data memorável, o Jornal A NAÇÃO falou com a embaixadora Marianne Myles, para quem “existe um laço familiar muito forte”, entre os dois países, que estarão em festa por esta ocasião - Myles deixa, também, conselhos para os candidatos a vistos.
A NAÇÃO - Tal como o plano Marshall, o “Milleniun Challange Account” (MCA) surge com a filosofia de ajudar os países em vias do desenvolvimento, sobretudo, os africanos. Em que pé anda este Programa?
Marianne Myles - O MCA surgiu para dar reconhecimento às actividades e à postura dos governos transparentes, sem corrupção, com bons indicadores e boas actividades económicas. O compacto do MCA em Cabo Verde está sendo bem administrado e já tem resultados concretos. Por exemplo, a construção das estradas asfaltadas, por todo país. Estamos a trabalhar a Expansão do Porto da Praia, que é um grande Projecto.
Os EUA foram e continuam sendo um grande parceiro de Cabo Verde. Quais as novas áreas de cooperação?
Temos várias áreas novas. Na semana passada, esteve cá uma equipa de treinamento, que tratou dos problemas das gangues com as Polícias Nacional e Judiciária. No próximo mês, virá uma equipa de Polícias Militaress que irá trabalhar com a Guarda Costeira. Em relação aos projectos económicos, iniciámos um programa na área da água e educação, no qual oferecemos bolsas de estudos para meninas em risco de abandonar os estudos.
Os meninos não serão incluídos?
Não quer dizer que os meninos não vão ser incluídos. Temos a impressão de que as meninas têm mais objectivos para completarem os estudos.
MAIS DE 11 MIL AMERICANOS EM CABO VERDE
A que se deve a aproximação e amizade por um país tão pequeno e distante como Cabo Verde – embora o tamanho de um País não se meça pela sua dimensão territorial?
É um país pequeno, mas é importante. Temos tido relações amistosas, durante muitos anos. Mais de 11 mil cidadãos americanos estão aqui. Temos muitos interesses em comum. Por isso, os programas da Embaixada estão enquadrados em três prioridades…
Quais, em concreto?
A primeira é a Segurança, que é importante para todos, principalmente, na parceria entre os dois países, em especial nas zonas marítimas. A segunda, é o incremento do Desenvolvimento Económico. Temos o compacto do MCA, que representa 110 milhões de dólares. A Fundação Africana de Desenvolvimento está a iniciar grandes projectos nas áreas de água e nas micro-empresas. A terceira enfoca dois pilares importantes: a Educação e a Imprensa livre. No que tange à Educação, os Voluntários do Corpo da Paz têm uma responsabilidade muito grande.
O que terá motivado os EUA a escolherem essas áreas?
São de interesse comum. Por exemplo, na área da segurança, já fizémos muitas operações-conjuntas. Na semana passada, esteve aqui um navio inglês, e o Governo de Cabo Verde assinou um Acordo com o governo britânico sobre as futuras operações para fiscalizar as águas do país. Trata-se de uma cooperação multilateral.
AVALIAÇÃO POSITIVA
Que avaliação faz do estado de desenvolvimento de Cabo Verde?
O Governo está a fazer grandes esforços. Apesar da crise internacional, que afecta todo o mundo, acho que este país não está a sofrer os seus efeitos, devido à boa governação e à transparência política.
Está a dizer que a boa governação repercute, ou seja, está por detrás das boas relações entre os dois países?
Os laços familiares dos mais de 11 mil americanos aqui, e mais de meio milhão de cabo-verdianos nos EUA, são vínculos muito fortes. Temos, também, investimentos americanos aqui, porque temos interesses em comum. Por isso, existem muitos factores que explicam a boa relação entre os dois países.
Qual o grau de cooperação entre os dois países?
Temos uma parceria muito forte; em muitas áreas. Estamos muito interessados nas situações das regiões. A situação da Guiné-Bissau, por exemplo, é de interesse para os EUA e para Cabo Verde. PARTILHA DE CONHECIMENTOS
Sábado, 27 de Junho, a conselheira do Sub-Secretário de Estado Norte-Americano para os Assuntos Africanos esteve em Cabo Verde. Que resultados foram obtidos?
A meta da viagem da Vicki Huddleston era conhecer a realidade de Cabo Verde, e saber quais as formas de relação que se pode utilizar no futuro. É uma situação muito interessante, pois, ela foi embaixadora de dois países africanos: Mali e Madagáscar.
O combate ao narcotráfico, mais concretamente, o apoio ao patrulhamento das águas cabo-verdianas esteve em pauta?
A parte das operações tem um aspecto de treinamento muito importante. Cabo Verde é um país soberano e responsável. Esta parceria é uma maneira de compartilhar conhecimentos, sempre com a ideia de que o Governo de Cabo Verde possa decidir quais as experiências relevantes para a situação do país.
América acolhe – de há mais de 200 anos - uma grande comunidade cabo-verdiana, principalmente, as oriundas das ilhas do Fogo e da Brava, que ali trabalha e vive. Como está a integração da comunidade cabo-verdiana?
Boa! Esta comunidade tem muito interesse nos seus raízes. Nas ilhas do Fogo e da Brava, há muitos cabo-verdianos e americanos com dupla nacionalidade, que trabalham nos EUA, e que querem regressar. A Diáspora cabo-verdiana nos EUA poderia ter um papel mais activo. Há alguns investidores americano-cabo-verdianos que investem aqui, que têm possibilidades de contribuir para o desenvolvimento deste país.
VISTOS
A concessão (ou recusa) de vistos pela Embaixada tem sido muito reclamada pelos que pretendem viajar para os EUA. Como se processa?
A Secção Consular desta Embaixada tem de seguir a Lei da Imigração dos EUA. A pessoa que quer adquirir visto, tem de identificar, claramente, o tipo de visto que pretende. Ou seja, se está a procurar o visto de emigrante para morar e trabalhar nos EUA, tem de apresentar todos os requisitos. A dificuldade de muitas pessoas é que não mostram, claramente, o que querem.
Que conselhos deixa aos candidatos?
Têm de cumprir a lei. Temos muitas informações disponíveis na web site da Embaixada, que é a seguinte: http://www.capeverde.usembassy.gov/. Em caso de dúvidas, a Secção Consular está disponível para responder às perguntas.
DIA DA INDEPENDÊNCIA… E DA FAMÍLIA
Qual o significado do 4 de Julho para os norte-americanos?
É uma das datas mais importantes do ano, pois, não é apenas o Dia da nossa Independência, mas, também, é o Dia da Família. Nos EUA, as actividades estão enfocadas nas actividades familiares. As mais comuns são um piquenique, que as famílias fazem durante a tarde. Com o pôr do sol, haverá o fogo de artifício. Em Washington haverá vários concertos, apresentações de grupos militares, entoação do hino nacional, entre outros. Toda a gente veste-se com a cor da nossa bandeira, para mostrar o seu patriotismo.
Em Cabo Verde, que actividades a Embaixada realiza para assinalar esta memorável data?
Este ano será muito especial, por causa da decisão da UNESCO em declarar Cidade Velha a Património Mundial. Haverá uma recepção diplomática, e vamos pedir aos convidados que se vistam da cor da bandeira americana. Haverá, também, uma mistura de música americana e cabo-verdiana, em homenagem à Independência de Cabo Verde – que é a 5 de Julho.
Por Djamila Martins-Jornal a Nação online
A NAÇÃO - Tal como o plano Marshall, o “Milleniun Challange Account” (MCA) surge com a filosofia de ajudar os países em vias do desenvolvimento, sobretudo, os africanos. Em que pé anda este Programa?
Marianne Myles - O MCA surgiu para dar reconhecimento às actividades e à postura dos governos transparentes, sem corrupção, com bons indicadores e boas actividades económicas. O compacto do MCA em Cabo Verde está sendo bem administrado e já tem resultados concretos. Por exemplo, a construção das estradas asfaltadas, por todo país. Estamos a trabalhar a Expansão do Porto da Praia, que é um grande Projecto.
Os EUA foram e continuam sendo um grande parceiro de Cabo Verde. Quais as novas áreas de cooperação?
Temos várias áreas novas. Na semana passada, esteve cá uma equipa de treinamento, que tratou dos problemas das gangues com as Polícias Nacional e Judiciária. No próximo mês, virá uma equipa de Polícias Militaress que irá trabalhar com a Guarda Costeira. Em relação aos projectos económicos, iniciámos um programa na área da água e educação, no qual oferecemos bolsas de estudos para meninas em risco de abandonar os estudos.
Os meninos não serão incluídos?
Não quer dizer que os meninos não vão ser incluídos. Temos a impressão de que as meninas têm mais objectivos para completarem os estudos.
MAIS DE 11 MIL AMERICANOS EM CABO VERDE
A que se deve a aproximação e amizade por um país tão pequeno e distante como Cabo Verde – embora o tamanho de um País não se meça pela sua dimensão territorial?
É um país pequeno, mas é importante. Temos tido relações amistosas, durante muitos anos. Mais de 11 mil cidadãos americanos estão aqui. Temos muitos interesses em comum. Por isso, os programas da Embaixada estão enquadrados em três prioridades…
Quais, em concreto?
A primeira é a Segurança, que é importante para todos, principalmente, na parceria entre os dois países, em especial nas zonas marítimas. A segunda, é o incremento do Desenvolvimento Económico. Temos o compacto do MCA, que representa 110 milhões de dólares. A Fundação Africana de Desenvolvimento está a iniciar grandes projectos nas áreas de água e nas micro-empresas. A terceira enfoca dois pilares importantes: a Educação e a Imprensa livre. No que tange à Educação, os Voluntários do Corpo da Paz têm uma responsabilidade muito grande.
O que terá motivado os EUA a escolherem essas áreas?
São de interesse comum. Por exemplo, na área da segurança, já fizémos muitas operações-conjuntas. Na semana passada, esteve aqui um navio inglês, e o Governo de Cabo Verde assinou um Acordo com o governo britânico sobre as futuras operações para fiscalizar as águas do país. Trata-se de uma cooperação multilateral.
AVALIAÇÃO POSITIVA
Que avaliação faz do estado de desenvolvimento de Cabo Verde?
O Governo está a fazer grandes esforços. Apesar da crise internacional, que afecta todo o mundo, acho que este país não está a sofrer os seus efeitos, devido à boa governação e à transparência política.
Está a dizer que a boa governação repercute, ou seja, está por detrás das boas relações entre os dois países?
Os laços familiares dos mais de 11 mil americanos aqui, e mais de meio milhão de cabo-verdianos nos EUA, são vínculos muito fortes. Temos, também, investimentos americanos aqui, porque temos interesses em comum. Por isso, existem muitos factores que explicam a boa relação entre os dois países.
Qual o grau de cooperação entre os dois países?
Temos uma parceria muito forte; em muitas áreas. Estamos muito interessados nas situações das regiões. A situação da Guiné-Bissau, por exemplo, é de interesse para os EUA e para Cabo Verde. PARTILHA DE CONHECIMENTOS
Sábado, 27 de Junho, a conselheira do Sub-Secretário de Estado Norte-Americano para os Assuntos Africanos esteve em Cabo Verde. Que resultados foram obtidos?
A meta da viagem da Vicki Huddleston era conhecer a realidade de Cabo Verde, e saber quais as formas de relação que se pode utilizar no futuro. É uma situação muito interessante, pois, ela foi embaixadora de dois países africanos: Mali e Madagáscar.
O combate ao narcotráfico, mais concretamente, o apoio ao patrulhamento das águas cabo-verdianas esteve em pauta?
A parte das operações tem um aspecto de treinamento muito importante. Cabo Verde é um país soberano e responsável. Esta parceria é uma maneira de compartilhar conhecimentos, sempre com a ideia de que o Governo de Cabo Verde possa decidir quais as experiências relevantes para a situação do país.
América acolhe – de há mais de 200 anos - uma grande comunidade cabo-verdiana, principalmente, as oriundas das ilhas do Fogo e da Brava, que ali trabalha e vive. Como está a integração da comunidade cabo-verdiana?
Boa! Esta comunidade tem muito interesse nos seus raízes. Nas ilhas do Fogo e da Brava, há muitos cabo-verdianos e americanos com dupla nacionalidade, que trabalham nos EUA, e que querem regressar. A Diáspora cabo-verdiana nos EUA poderia ter um papel mais activo. Há alguns investidores americano-cabo-verdianos que investem aqui, que têm possibilidades de contribuir para o desenvolvimento deste país.
VISTOS
A concessão (ou recusa) de vistos pela Embaixada tem sido muito reclamada pelos que pretendem viajar para os EUA. Como se processa?
A Secção Consular desta Embaixada tem de seguir a Lei da Imigração dos EUA. A pessoa que quer adquirir visto, tem de identificar, claramente, o tipo de visto que pretende. Ou seja, se está a procurar o visto de emigrante para morar e trabalhar nos EUA, tem de apresentar todos os requisitos. A dificuldade de muitas pessoas é que não mostram, claramente, o que querem.
Que conselhos deixa aos candidatos?
Têm de cumprir a lei. Temos muitas informações disponíveis na web site da Embaixada, que é a seguinte: http://www.capeverde.usembassy.gov/. Em caso de dúvidas, a Secção Consular está disponível para responder às perguntas.
DIA DA INDEPENDÊNCIA… E DA FAMÍLIA
Qual o significado do 4 de Julho para os norte-americanos?
É uma das datas mais importantes do ano, pois, não é apenas o Dia da nossa Independência, mas, também, é o Dia da Família. Nos EUA, as actividades estão enfocadas nas actividades familiares. As mais comuns são um piquenique, que as famílias fazem durante a tarde. Com o pôr do sol, haverá o fogo de artifício. Em Washington haverá vários concertos, apresentações de grupos militares, entoação do hino nacional, entre outros. Toda a gente veste-se com a cor da nossa bandeira, para mostrar o seu patriotismo.
Em Cabo Verde, que actividades a Embaixada realiza para assinalar esta memorável data?
Este ano será muito especial, por causa da decisão da UNESCO em declarar Cidade Velha a Património Mundial. Haverá uma recepção diplomática, e vamos pedir aos convidados que se vistam da cor da bandeira americana. Haverá, também, uma mistura de música americana e cabo-verdiana, em homenagem à Independência de Cabo Verde – que é a 5 de Julho.
Por Djamila Martins-Jornal a Nação online
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