Moscovo- Os Estados Unidos querem uma Rússia "forte, pacífica e próspera", afirmou hoje o presidente norte-americano, Barack Obama, num discurso em Moscovo.
Segundo afirmou no discurso na Nova Escola de Economia, os desafios deste século, como a segurança contra o extremismo ou o acesso aos mercados, "exigem uma aliança global e essa aliança será mais poderosa se a Rússia ocupar o lugar que lhe corresponde como grande potência".
A Casa Branca tinha indicado que a alocução de hoje era o terceiro de uma série de grandes discursos de Obama para pormenorizar a política externa, depois dos proferidos em Praga em Abril quando propôs um mundo sem armas nucleares e no Cairo no mês passado, quando propôs um novo início nas relações com o mundo muçulmano.
Hoje, Obama defendeu que os dois países "partilham interesses comuns" que podem ser a base para uma cooperação.
Entre estes interesses, Obama enumerou a luta contra a proliferação nuclear e sobre esta citou o roteiro subscrito segunda-feira entre o presidente russo, Dmitri Medvedev, e ele próprio para alcançar um tratado de redução de armamento nuclear.
"Devemos fazer com que outros países cumpram os compromissos" assumidos neste sentido, já que "nem a Rússia nem os Estados Unidos beneficiariam com uma corrida ao armamento na Ásia ou no Médio Oriente", referiu o presidente norte-americano.
"Devemos estar unidos para nos opormos aos esforços da Coreia do Norte para se converter numa potência nuclear e impedir que o Irão se dote com uma arma atómica", sublinhou.
Se a ameaça do programa nuclear e de mísseis balísticos do Irão desaparecer também "desaparecerá a razão para a criação do sistema de defesa anti-mísseis na Europa", disse.
Obama também lançou um apelo para a colaboração contra os extremistas violentos e na área económica, defendendo que "nenhum país por si só pode ser o único motor de crescimento global".
Mesmo assim, o presidente norte-americano sublinhou o interesse de Washington em "governos democráticos que protejam os direitos dos respectivos povos".
Numa aparente alusão ao corte gradual das liberdades na Rússia nos últimos anos, Obama recordou o poder dos meios de comunicação independentes, que nos Estados Unidos "denunciaram corrupção a todos os níveis", ou a igualdade perante a Justiça, que "destruiu monopólios e pôs fim a abusos de poder".
"Os governos que actuam a favor do povo sobrevivem e prosperam, os que só se servem a si próprios, não", sublinhou Obama, adiantando que os Estados Unidos "não vão tentar impor qualquer sistema de governo noutro país, nem tentar eleger qualquer partido ou indivíduo para liderar qualquer Estado".
Neste sentido, Obama citou o caso das Honduras, onde Washington apoia o restabelecimento do presidente democraticamente eleito, Manuel Zelaya, ainda que este líder se tenha oposto à política dos Estados Unidos.
Obama assegurou que apoia o regresso ao poder de Zelaya "não porque concorde com ele", mas porque "respeita o princípio universal de que as pessoas devem escolher os seus próprios líderes, estando ou não de acordo".
Pela mesma razão, todos os países devem ter direito a fronteiras seguras e a seguir a sua própria política externa, afirmou, numa alusão específica à Geórgia e à Ucrânia, dois países da antiga União Soviética que querem entrar na NATO apesar da oposição russa.
"Este futuro pode parecer distante. A mudança é complicada", considerou Obama. Mas, sublinhou, "juntos podemos criar um mundo onde as pessoas estejam protegidas, a prosperidade cresça e o poder sirva verdadeiramente para o progresso".
MC/Lusa/Fim
Segundo afirmou no discurso na Nova Escola de Economia, os desafios deste século, como a segurança contra o extremismo ou o acesso aos mercados, "exigem uma aliança global e essa aliança será mais poderosa se a Rússia ocupar o lugar que lhe corresponde como grande potência".
A Casa Branca tinha indicado que a alocução de hoje era o terceiro de uma série de grandes discursos de Obama para pormenorizar a política externa, depois dos proferidos em Praga em Abril quando propôs um mundo sem armas nucleares e no Cairo no mês passado, quando propôs um novo início nas relações com o mundo muçulmano.
Hoje, Obama defendeu que os dois países "partilham interesses comuns" que podem ser a base para uma cooperação.
Entre estes interesses, Obama enumerou a luta contra a proliferação nuclear e sobre esta citou o roteiro subscrito segunda-feira entre o presidente russo, Dmitri Medvedev, e ele próprio para alcançar um tratado de redução de armamento nuclear.
"Devemos fazer com que outros países cumpram os compromissos" assumidos neste sentido, já que "nem a Rússia nem os Estados Unidos beneficiariam com uma corrida ao armamento na Ásia ou no Médio Oriente", referiu o presidente norte-americano.
"Devemos estar unidos para nos opormos aos esforços da Coreia do Norte para se converter numa potência nuclear e impedir que o Irão se dote com uma arma atómica", sublinhou.
Se a ameaça do programa nuclear e de mísseis balísticos do Irão desaparecer também "desaparecerá a razão para a criação do sistema de defesa anti-mísseis na Europa", disse.
Obama também lançou um apelo para a colaboração contra os extremistas violentos e na área económica, defendendo que "nenhum país por si só pode ser o único motor de crescimento global".
Mesmo assim, o presidente norte-americano sublinhou o interesse de Washington em "governos democráticos que protejam os direitos dos respectivos povos".
Numa aparente alusão ao corte gradual das liberdades na Rússia nos últimos anos, Obama recordou o poder dos meios de comunicação independentes, que nos Estados Unidos "denunciaram corrupção a todos os níveis", ou a igualdade perante a Justiça, que "destruiu monopólios e pôs fim a abusos de poder".
"Os governos que actuam a favor do povo sobrevivem e prosperam, os que só se servem a si próprios, não", sublinhou Obama, adiantando que os Estados Unidos "não vão tentar impor qualquer sistema de governo noutro país, nem tentar eleger qualquer partido ou indivíduo para liderar qualquer Estado".
Neste sentido, Obama citou o caso das Honduras, onde Washington apoia o restabelecimento do presidente democraticamente eleito, Manuel Zelaya, ainda que este líder se tenha oposto à política dos Estados Unidos.
Obama assegurou que apoia o regresso ao poder de Zelaya "não porque concorde com ele", mas porque "respeita o princípio universal de que as pessoas devem escolher os seus próprios líderes, estando ou não de acordo".
Pela mesma razão, todos os países devem ter direito a fronteiras seguras e a seguir a sua própria política externa, afirmou, numa alusão específica à Geórgia e à Ucrânia, dois países da antiga União Soviética que querem entrar na NATO apesar da oposição russa.
"Este futuro pode parecer distante. A mudança é complicada", considerou Obama. Mas, sublinhou, "juntos podemos criar um mundo onde as pessoas estejam protegidas, a prosperidade cresça e o poder sirva verdadeiramente para o progresso".
MC/Lusa/Fim
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