domingo, 2 de agosto de 2009

ENTREVISTA COM ISAURA GOMES

ISAURA GOMES EM ROTERDÃO -ENTREVISTA
A - Em Fevereiro de 2008 a senhora apelou ao Presidente da República a encontrar uma solução para a temática da gestão do solo em Cabo Verde. Qual foi a reacção do Presidente da República?
IG - Simplesmente não tive nenhuma resposta. Nem positiva, nem negativa. O Presidente da República limitou-se a não me responder, o que é pena…
RA - Muitos acham que Pedro Pires é refém do governo. Concorda com essa leitura?
IG:Eu não digo que seja refém do governo. Digo que ele é um presidente pouco actuante. Cabe a ele dizer se é refém ou não. Agora, o que posso dizer é que ele é um Presidente da República que usa muito mal o seu jogo de influência e o seu papel de árbitro. Eu acho que já tivemos em Cabo verde muitas situações em que o Presidente da República devia agir. Agora, concretamente, nessa questão de difamação que estou sendo vitima pelo sector do PAICV, uma cambada de fedelhos, malta muito imberbe na forma de fazer politica porque fazer política com insultos e difamação para mim não é a forma correcta de fazer politica. Por isso é que nunca respondo aos responsáveis do sector do PAICV em S. Vicente. Eu prefiro responder ao Zé Maria porque eu e ele é que somos colegas em matéria de capacidade política.
Mas retomando, acho que o Presidente da República devia ser um presidente mais actuante, e tem sido pouco actuante e eu nessa matéria em que a minha câmara é corrupta pedi a intervenção do senhor Procurador Geral da República e também do Presidente da República e devo dizer que passados uns quatro meses ele respondeu-me dizendo que sim recebeu a minha carta e que ia fazer o jogo de influência.
Penso que em política nem tudo pode servir. Na Política todos os meios não podem justificar os fins. No exercício da política, em Cabo Verde alguma coisa está mal e é por isso que a juventude e muitas pessoas que têm uma certa responsabilidade e seriedade não querem fazer política e, nesse caso, infelizmente a política está a ficar para pessoas que querem postos e que querem ter bons salários, quando eu considero a ciência politica uma das mais belas do mundo, uma ciência como outra qualquer como a medicina ou o direito, com regras de jogo muito claras. Mas, infelizmente, em Cabo Verde não é assim; há quem justifique isso com a juventude da nossa democracia, mas eu acho que não. Eu acho que na vida você tem que ter postura. Eu acho que a postura de correcção que devemos ter na nossa vida deve ser também induzida na nossa vida politica.
RA - O Presidente foi então pouco actuante….
IG - Eu ia dizendo que nessa matéria de denúncia ele informou-me que tinha actuado, mas quando o fez eu já tinha sentido a actuação porque a policia judiciária já estava no terreno devido às denúncias do PAICV, apresentadas ao tribunal. E nós também fizemos a nossa parte que foi publicar os editais de todo o meu mandato para que toda as pessoas interessadas pudessem consultar; aliás fazemos isso sempre. O Presidente da República quando me informou eu já tinha aberto as portas da Câmara para que a policia judiciaria pudesse entrar na Câmara. Simplesmente ainda não foram; criei até um gabinete mas eles preferem mandar convocar o pessoal da Câmara; quando convocam eu só dou despacho para se agir em conformidade.
RÁDIO ATLÂNTICO

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentar com elegância e com respeito para o próximo.