Rádio Atlântico - A presidente da edilidade mindelense está na Europa de férias, mas sabemos que tem aproveitado também para trabalhar em prol de Câmara que dirige. Pode fazer-nos um balanço dos contactos que tem feito?
Isaura Gomes - Em primeiro lugar, muito obrigado pelo convite. devo dizer que é sempre um prazer falar com a nossa comunidade radicada na Holanda que adoro muito e disponibilizo-me por isso sempre para ter conversa onde posso falar do País, dos desafios, dos fracassos. Essa minha vinda a Europa é essencialmente férias, mas para mim é muito difícil estar 15 dias sem fazer nada; são hábitos de muitos anos de trabalho, mas também é uma oportunidade de maximizar, tendo em conta que nem sempre é tão fácil sair de Cabo Verde. Mas como eu disse, é essencialmente férias.
Passando por Lisboa, assinei dois protocolos: um com a Escola de Música de Linda Velha, em que um dos objectivos prende-se com a questão da formação. Nós, em Cabo Verde, gostamos de música. Toda a gente diz que toca, mas são poucos os que sabem ler a pauta. Então pensamos que é extremamente urgente que se invista de uma forma científica no ensino da música. A escola escolhida é uma escola que tem já uma tradição, meia dúzias de maestros. Ainda, relacionado com esse assunto, devo dizer que há um empresário que está disposto a instalar em Mindelo uma loja que vai vender todos os instrumentos musicais porque há uma carência sobretudo os que não conseguimos fabricar na Escola Baptista. Como temos uma tradição musical, as pessoas perguntam sempre onde há instrumentos musicais.
Em seguida passei pela Câmara de Oeiras que foi a primeira geminação que apareceu em Cabo Verde em 1988 e por isso é a Câmara que nos é muito querida por muitas razões.
Para já conseguimos manter uma relação de muita amizade não só com o Presidente Isaltino Morais mas com toda a equipa Camarária e sobretudo com todo o povo de Oeiras e com a nossa comunidade cabo-verdiana essencialmente oriunda de Santiago que vive em Oeiras e aproveitamos sempre para estar presentes em actividades com a juventude e terceira idade que reúnem mil e tal pessoas. Há um histórico muito grande com a Câmara de Oeiras e com a Comunidade cabo-verdiana aí residente.
Falando de trabalho, assinei com Câmara de Oeiras um protocolo para a criação de uma rede de Câmaras geminadas. A Câmara de Oeiras é geminada com muitas Câmaras nomeadamente Príncipe, de São Tomé, Saint Etienne e outras cidades estrangeiras e como também é geminada connosco nós vamos aproveitar também dessa rede.
Em Antuérpia fui ao casamento da minha sobrinha, filha do meu querido irmão Bonga. Devo dizer-lhe que é a primeira vez que fui a Antuérpia e que não senti magoada; habitualmente as lembranças do meu irmão me fazem sentir muitas saudades, mas desta vez era tanta a felicidade que vi estampada na cara da minha sobrinha que fui-me envolvendo também no ambiente, muita juventude e muita beleza e isso fez-me sentir bem. Como também estava com a minha família senti-me de facto muito bem e por isso quando cheguei à casa agradeci a Deus e falando com Deus eu disse-lhe ó senhor meu Deus se a alma do meu irmão e da minha mãe estiverem vivos de certeza estarão muito contentes porque de facto foi um momento de muita alegria e de muita felicidade.
Em seguida estive em Luxemburgo, numa visita já preparada por ser a primeira vez que estava com a nossa comunidade naquele País e, por isso, ainda em Cabo Verde falei com a nossa encarregada de negócios no reino do Luxemburgo a doutora Clara Delgado que me preparou uma visita curta só de dois dias. E tive um encontro com a comunidade, mas essencialmente com a sãovicentina porque. Foi num dia de semana.
Tive também um encontro com a Plataforma das ONG`S luxemburguesas que já tem assinado uma plataforma com as ONG`S cabo-verdianas.
Estive com o Presidente da Câmara de Ettelbruck a quem aproveitei para para convidar a visitar a cidade de Mindelo. O objectivo é o de estabelecer um protocolo de geminação e de cooperação que até pode ser também com a Câmara de Santa Catarina presidida pelo meu colega Francisco Tavares porque aí reside muita gente desse concelho; mas o mais importante é termos uma relação de cooperação. Foi uma conversa agradável porque tive o apoio não só da Dra. Clara mas também de uma jovem de origem cabo-verdiana que trabalha nessa Câmara Municipal que é natural de Santiago e que, de facto, é uma pessoa muito influente junto daquela Câmara Municipal. O presidente da Câmara aceitou visitar São Vicente.
Aproveitei para falar das nossas carências, sobretudo no âmbito de formação profissional porque em Cabo Verde estamos todos preocupados com o ensino universitário, mas esquecemos o ensino intermédio e, na minha opinião, temos que fazer uma inversão nesta materia. Falei também em outros aspectos. Porque não levar um grupo de homens de negócios daquela cidade para identificar eventuais áreas de investimentos.
Na Holanda estou numa visita privada e de família, onde tenho uma irmã que mora no sul da cidade mas é sempre uma oportunidade para estar com uma comunidade que eu gosto muito,mesmo estando de férias.
Tenho programado uma visita oficial a Roterdão para Novembro e já convidei o novo Burgomestre da cidade a visitar Mindelo quando tinha acabado de tomar posse e acredito que possivelmente no próximo ano o senhor presidente da câmara de Roterdão poderá estar em Cabo Verde.
O governo de Cabo Verde assinou um protocolo com a Câmara de Roterdão e nesse protocolo está focalizado que o mesmo deverá incidir essencialmente na cooperação descentralizada entre Praia, Roterdão e S. Vicente.
RA - Já vai no seu segundo mandato como presidente da Câmara de São Vicente. Que balanço pode fazer-nos neste momento em termos de realização e o que a faz sentir alguma mágoa por ainda não ter conseguido realizar?
IG – Bem, penso que o Norberto devia fazer essa pergunta primeiro aos nossos emigrantes que vão de férias porque são os melhores barómetros, porque têm sempre no horizonte o que encontram feito, o que tem sido feito. Eu devo dizer-lhe que tenho o sentido do dever cumprido e já o disse em várias ocasiões. E digo isso com muita humildade, sem nada de vaidades. O que nós fazemos está muito dependente de toda uma envolvência , de tudo o que nos rodeia e nem sempre o que queremos fazer depende de nós porque há factores exógenos que nós não conseguimos controlar. Todos nós sabemos que a temática dos recursos humanos é algo extremamente grave em Cabo Verde em geral e em São Vicente em particular.
No meu primeiro mandato apresentei uma taxa de cumprimento a volta de 80% o que é muito satisfatório. Naturalmente que ficaram os 20% para fazer e talvez tenha sido isso que me tenha levado a candidatar para um segundo mandato mas também porque quero fazer mais algum percentual e vou fazê-lo se Deus quiser.
Eu devo dizer-lhe que tenho mágoas e tenho algum desencanto. O meu maior desencanto é ver que, infelizmente, o governo que podia estabelecer com todas as câmaras uma relação de maior cumplicidade não o faz; há uma atitude e um tratamento discriminatório em função da cor politica da câmara, o que é extremamente grave;
Costumo dizer que um dos pontos fortes que temos em Cabo Verde é a coesão social, a coesão nacional e portanto, a meu ver, tudo aquilo que põe em causa essa coesão nacional é extremamente negativo. As pessoas vão se saturando, saturando e depois nunca se sabe qual poderão ser as reacções. Por isso compete a nós dirigentes políticos, actores políticos, agir com mais critério de justeza e de justiça para que as pessoas não atinjam esse grau de saturação.
Para falar concretamente de São Vicente, o meu maior “Hand cup” é presidir uma ilha em que entre o governo do MpD e do PAICV, a taxa do desemprego aumentou para 27 % e isto, de facto, é extremamente complicado e extremamente injusto para São Vicente que não foi considerado pelo governo actual como um pólo de desenvolvimento e como tal essa hipercentralização na cidade da praia que é a minha cidade capital que eu muito gosto.
Eu sou do tempo do meu partido em que Cabo Verde, numa primeira etapa, devia ter três grandes pólos de Desenvolvimento: Sal, Praia e S. Vicente. O desenvolvimento das outras ilhas chegaria através do efeito indutor que no nosso caso iam desenvolver também as ilhas de Santo Antão e S. Nicolau.
Portanto, uma das minhas mágoas tem a ver com o facto de não ter podido melhorar o emprego, mas como deve calcular o emprego é uma matéria estrutural que não depende de uma Câmara Municipal, tanto mais que o Primeiro Ministro JMN quando assumiu o Poder dizia que ia criar não sei quantos milhares de empregos. Não criou e se criou não chegaram a São Vicente; talvez em outras paragens mas creio que nessa materia o desempenho do governo foi pouco eficaz.
RA - Pela sua resposta pode deduzir-se que o seu relacionamento com o governo Central não é muito bom…
IG - Eu não chamo isso de relacionamento. O relacionamento institucional é positivo. É tão positivo que convido o Primeiro Ministro para presidir as festas do meu município…
RA - Acha então que por ser apoiada pelo MpD é discriminada?
IG - Eu não sou apoiada pelo MpD. Eu sou militante do MpD. Eu fui apoiada na primeira vez que me candidatei, mas na segunda já candidatei-me como militante do MpD. Eu sou membro da comissão politica do MpD. A minha Câmara é uma câmara ganha pelo MpD.
Sobre a discriminação, penso que existe e o sinal que me deram foi que o Primeiro Ministro mandou bloquear todos os investimentos externos sobre projectos que iam iniciar em São Vicente. Com o bloqueio feito pelo Primeiro Ministro os projectos não avançaram, com muita pena para São Vicente.
Neste momento o Primeiro Ministro diz que já desbloqueou; só que desbloqueou através de uma lei, cujo parecer que tenho, anticonstitucional e quando eu regressar irei falar com o meu partido para que essa matéria seja discutida a nível parlamentar porque é no Parlamento é que deve discutir sobre a sua constitucionalidade. Penso que é uma visão um pouco redutora do governo em relação ao País porque em democracia você não pode penalizar quem ganha, mesmo que não seja do teu partido. Senão, não valia a pena fazer eleições; era só chamar umas pessoas e nomear delegado do governo e já chegaria; em democracia todos nós sabemos que as regras do jogo são outras e é necessário um pouco mais de ética.
Isaura Gomes - Em primeiro lugar, muito obrigado pelo convite. devo dizer que é sempre um prazer falar com a nossa comunidade radicada na Holanda que adoro muito e disponibilizo-me por isso sempre para ter conversa onde posso falar do País, dos desafios, dos fracassos. Essa minha vinda a Europa é essencialmente férias, mas para mim é muito difícil estar 15 dias sem fazer nada; são hábitos de muitos anos de trabalho, mas também é uma oportunidade de maximizar, tendo em conta que nem sempre é tão fácil sair de Cabo Verde. Mas como eu disse, é essencialmente férias.
Passando por Lisboa, assinei dois protocolos: um com a Escola de Música de Linda Velha, em que um dos objectivos prende-se com a questão da formação. Nós, em Cabo Verde, gostamos de música. Toda a gente diz que toca, mas são poucos os que sabem ler a pauta. Então pensamos que é extremamente urgente que se invista de uma forma científica no ensino da música. A escola escolhida é uma escola que tem já uma tradição, meia dúzias de maestros. Ainda, relacionado com esse assunto, devo dizer que há um empresário que está disposto a instalar em Mindelo uma loja que vai vender todos os instrumentos musicais porque há uma carência sobretudo os que não conseguimos fabricar na Escola Baptista. Como temos uma tradição musical, as pessoas perguntam sempre onde há instrumentos musicais.
Em seguida passei pela Câmara de Oeiras que foi a primeira geminação que apareceu em Cabo Verde em 1988 e por isso é a Câmara que nos é muito querida por muitas razões.
Para já conseguimos manter uma relação de muita amizade não só com o Presidente Isaltino Morais mas com toda a equipa Camarária e sobretudo com todo o povo de Oeiras e com a nossa comunidade cabo-verdiana essencialmente oriunda de Santiago que vive em Oeiras e aproveitamos sempre para estar presentes em actividades com a juventude e terceira idade que reúnem mil e tal pessoas. Há um histórico muito grande com a Câmara de Oeiras e com a Comunidade cabo-verdiana aí residente.
Falando de trabalho, assinei com Câmara de Oeiras um protocolo para a criação de uma rede de Câmaras geminadas. A Câmara de Oeiras é geminada com muitas Câmaras nomeadamente Príncipe, de São Tomé, Saint Etienne e outras cidades estrangeiras e como também é geminada connosco nós vamos aproveitar também dessa rede.
Em Antuérpia fui ao casamento da minha sobrinha, filha do meu querido irmão Bonga. Devo dizer-lhe que é a primeira vez que fui a Antuérpia e que não senti magoada; habitualmente as lembranças do meu irmão me fazem sentir muitas saudades, mas desta vez era tanta a felicidade que vi estampada na cara da minha sobrinha que fui-me envolvendo também no ambiente, muita juventude e muita beleza e isso fez-me sentir bem. Como também estava com a minha família senti-me de facto muito bem e por isso quando cheguei à casa agradeci a Deus e falando com Deus eu disse-lhe ó senhor meu Deus se a alma do meu irmão e da minha mãe estiverem vivos de certeza estarão muito contentes porque de facto foi um momento de muita alegria e de muita felicidade.
Em seguida estive em Luxemburgo, numa visita já preparada por ser a primeira vez que estava com a nossa comunidade naquele País e, por isso, ainda em Cabo Verde falei com a nossa encarregada de negócios no reino do Luxemburgo a doutora Clara Delgado que me preparou uma visita curta só de dois dias. E tive um encontro com a comunidade, mas essencialmente com a sãovicentina porque. Foi num dia de semana.
Tive também um encontro com a Plataforma das ONG`S luxemburguesas que já tem assinado uma plataforma com as ONG`S cabo-verdianas.
Estive com o Presidente da Câmara de Ettelbruck a quem aproveitei para para convidar a visitar a cidade de Mindelo. O objectivo é o de estabelecer um protocolo de geminação e de cooperação que até pode ser também com a Câmara de Santa Catarina presidida pelo meu colega Francisco Tavares porque aí reside muita gente desse concelho; mas o mais importante é termos uma relação de cooperação. Foi uma conversa agradável porque tive o apoio não só da Dra. Clara mas também de uma jovem de origem cabo-verdiana que trabalha nessa Câmara Municipal que é natural de Santiago e que, de facto, é uma pessoa muito influente junto daquela Câmara Municipal. O presidente da Câmara aceitou visitar São Vicente.
Aproveitei para falar das nossas carências, sobretudo no âmbito de formação profissional porque em Cabo Verde estamos todos preocupados com o ensino universitário, mas esquecemos o ensino intermédio e, na minha opinião, temos que fazer uma inversão nesta materia. Falei também em outros aspectos. Porque não levar um grupo de homens de negócios daquela cidade para identificar eventuais áreas de investimentos.
Na Holanda estou numa visita privada e de família, onde tenho uma irmã que mora no sul da cidade mas é sempre uma oportunidade para estar com uma comunidade que eu gosto muito,mesmo estando de férias.
Tenho programado uma visita oficial a Roterdão para Novembro e já convidei o novo Burgomestre da cidade a visitar Mindelo quando tinha acabado de tomar posse e acredito que possivelmente no próximo ano o senhor presidente da câmara de Roterdão poderá estar em Cabo Verde.
O governo de Cabo Verde assinou um protocolo com a Câmara de Roterdão e nesse protocolo está focalizado que o mesmo deverá incidir essencialmente na cooperação descentralizada entre Praia, Roterdão e S. Vicente.
RA - Já vai no seu segundo mandato como presidente da Câmara de São Vicente. Que balanço pode fazer-nos neste momento em termos de realização e o que a faz sentir alguma mágoa por ainda não ter conseguido realizar?
IG – Bem, penso que o Norberto devia fazer essa pergunta primeiro aos nossos emigrantes que vão de férias porque são os melhores barómetros, porque têm sempre no horizonte o que encontram feito, o que tem sido feito. Eu devo dizer-lhe que tenho o sentido do dever cumprido e já o disse em várias ocasiões. E digo isso com muita humildade, sem nada de vaidades. O que nós fazemos está muito dependente de toda uma envolvência , de tudo o que nos rodeia e nem sempre o que queremos fazer depende de nós porque há factores exógenos que nós não conseguimos controlar. Todos nós sabemos que a temática dos recursos humanos é algo extremamente grave em Cabo Verde em geral e em São Vicente em particular.
No meu primeiro mandato apresentei uma taxa de cumprimento a volta de 80% o que é muito satisfatório. Naturalmente que ficaram os 20% para fazer e talvez tenha sido isso que me tenha levado a candidatar para um segundo mandato mas também porque quero fazer mais algum percentual e vou fazê-lo se Deus quiser.
Eu devo dizer-lhe que tenho mágoas e tenho algum desencanto. O meu maior desencanto é ver que, infelizmente, o governo que podia estabelecer com todas as câmaras uma relação de maior cumplicidade não o faz; há uma atitude e um tratamento discriminatório em função da cor politica da câmara, o que é extremamente grave;
Costumo dizer que um dos pontos fortes que temos em Cabo Verde é a coesão social, a coesão nacional e portanto, a meu ver, tudo aquilo que põe em causa essa coesão nacional é extremamente negativo. As pessoas vão se saturando, saturando e depois nunca se sabe qual poderão ser as reacções. Por isso compete a nós dirigentes políticos, actores políticos, agir com mais critério de justeza e de justiça para que as pessoas não atinjam esse grau de saturação.
Para falar concretamente de São Vicente, o meu maior “Hand cup” é presidir uma ilha em que entre o governo do MpD e do PAICV, a taxa do desemprego aumentou para 27 % e isto, de facto, é extremamente complicado e extremamente injusto para São Vicente que não foi considerado pelo governo actual como um pólo de desenvolvimento e como tal essa hipercentralização na cidade da praia que é a minha cidade capital que eu muito gosto.
Eu sou do tempo do meu partido em que Cabo Verde, numa primeira etapa, devia ter três grandes pólos de Desenvolvimento: Sal, Praia e S. Vicente. O desenvolvimento das outras ilhas chegaria através do efeito indutor que no nosso caso iam desenvolver também as ilhas de Santo Antão e S. Nicolau.
Portanto, uma das minhas mágoas tem a ver com o facto de não ter podido melhorar o emprego, mas como deve calcular o emprego é uma matéria estrutural que não depende de uma Câmara Municipal, tanto mais que o Primeiro Ministro JMN quando assumiu o Poder dizia que ia criar não sei quantos milhares de empregos. Não criou e se criou não chegaram a São Vicente; talvez em outras paragens mas creio que nessa materia o desempenho do governo foi pouco eficaz.
RA - Pela sua resposta pode deduzir-se que o seu relacionamento com o governo Central não é muito bom…
IG - Eu não chamo isso de relacionamento. O relacionamento institucional é positivo. É tão positivo que convido o Primeiro Ministro para presidir as festas do meu município…
RA - Acha então que por ser apoiada pelo MpD é discriminada?
IG - Eu não sou apoiada pelo MpD. Eu sou militante do MpD. Eu fui apoiada na primeira vez que me candidatei, mas na segunda já candidatei-me como militante do MpD. Eu sou membro da comissão politica do MpD. A minha Câmara é uma câmara ganha pelo MpD.
Sobre a discriminação, penso que existe e o sinal que me deram foi que o Primeiro Ministro mandou bloquear todos os investimentos externos sobre projectos que iam iniciar em São Vicente. Com o bloqueio feito pelo Primeiro Ministro os projectos não avançaram, com muita pena para São Vicente.
Neste momento o Primeiro Ministro diz que já desbloqueou; só que desbloqueou através de uma lei, cujo parecer que tenho, anticonstitucional e quando eu regressar irei falar com o meu partido para que essa matéria seja discutida a nível parlamentar porque é no Parlamento é que deve discutir sobre a sua constitucionalidade. Penso que é uma visão um pouco redutora do governo em relação ao País porque em democracia você não pode penalizar quem ganha, mesmo que não seja do teu partido. Senão, não valia a pena fazer eleições; era só chamar umas pessoas e nomear delegado do governo e já chegaria; em democracia todos nós sabemos que as regras do jogo são outras e é necessário um pouco mais de ética.
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