PRAIA-Os EUA têm um "forte compromisso" com o desenvolvimento de África, mas também uma "grande abertura e disponibilidade" para estabelecer parcerias com Cabo Verde, garante o primeiro-ministro cabo-verdiano.
José Maria Neves falava aos jornalistas numa conferência de imprensa, a dar conta da deslocação feita terça-feira aos EUA, a convite do Presidente Barack Obama, para, em conjunto com outros líderes de África, analisar e perspectivar o futuro das relações entre a administração norte-americana e os Estados africanos a sul do Saara.
"Há um forte comprometimento dos EUA para com África, sobretudo na agricultura e segurança alimentar e no desenvolvimento do capital de recursos humanos e nas áreas sociais e nas questões energéticas e ambientais", referiu o chefe do Executivo da Cidade da Praia, sublinhando a "coincidência de pontos de vista" com Cabo Verde.
É nesse sentido que, acrescentou, Cabo Verde se insere na política de parcerias que a nova administração de Obama quer desenvolver em África, tendo sido essa a mensagem que José Maria Neves passou, numa intervenção feita durante um almoço de cerca de duas horas, em que participaram outros 25 chefes de Estado e de Governo africanos. "Queremos apostar forte nas parcerias para o desenvolvimento, nomeadamente nas áreas do ambiente e das mudanças climáticas e, sobretudo, nas energias renováveis", afirmou José Maria Neves.
"Actualmente há um bom momento e boas relações entre os EUA, de um lado, e África e Cabo Verde por outro, e isso vai traduzir-se em parcerias futuras, o que vem ao encontro das necessidades dos africanos, que devem ser os primeiros e únicos responsáveis pelas vitórias e pelos fracassos da governação", defendeu.
No almoço, onde as conversas foram "afectivas, informais e abertas", José Maria Neves diz ter defendido que Cabo Verde está a promover a criação de emprego e de empreendedorismo, razão pela qual a aposta na educação, em todos os níveis de ensino, começa a dar os seus frutos, com a especialização de quadros.
Mas, segundo o primeiro-ministro cabo-verdiano, Obama referiu que para que as parcerias sejam concretas e uma realidade é necessário o cumprimento de várias condições, designadamente a boa governação, respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e diálogo na gestão de conflitos.
"Alguns países (africanos) não cumprem esses requisitos e daí a ausência de representantes do Zimbabué, Sudão, Guiné-Conacri e Quénia, entre outros", sublinhou o governante cabo-verdiano, que adiantou que o Presidente de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, e o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, também estiveram presentes no almoço mas não fizeram intervenções.
José Maria Neves diz ainda ter falado com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, igualmente presente no almoço, que lhe garantiu que em breve regressará a Cabo Verde (onde esteve em visita de trabalho em meados de Agosto último) "para passar uns dias de férias com o marido".
OJE/LUSA
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