plano de viabilização a apresentar terça-feira pela administração da Qimonda Portugal prevê o reinício da actividade da empresa no último trimestre deste ano e manutenção de 1.000 empregos, disse à Lusa o administrador da insolvência.
Segundo Armando Rocha Gonçalves, o plano "não tem alterações de fundo" face ao documento apresentado na assembleia de credores de Junho passado, adiando apenas do "último quadrimestre" para o último trimestre de 2009 a retoma da produção da fábrica de Vila do Conde.
Nos termos do plano então divulgado - e cuja votação foi adiada por 90 dias, para 29 de Setembro, para permitir amadurecer uma solução para a empresa de semicondutores - prevê-se o reinício da actividade "com volumes de produção reduzidos, evoluindo progressivamente até Dezembro de 2010, após o qual se verifica a estabilização da actividade".
Em "velocidade de cruzeiro", os volumes de produção ascenderão a cerca de 6.000 wafers por semana.
Relativamente aos trabalhadores, o plano prevê "a manutenção de uma estrutura humana de cerca de 1.000 pessoas, que irão transitando de forma "gradual" da actual situação de lay off para funções operacionais.As estimativas então apresentadas pela administração liderada por Armando Tavares apontavam para a obtenção de resultados operacionais no ano fiscal de 2011/2012, sendo que, segundo o administrador de insolvência, "mantém-se esse propósito" no plano a votar terça-feira.
Na altura, a comissão de trabalhadores da Qimonda manifestou "bastantes reservas" quanto ao documento, que considerou um mero "conjunto de boas intenções" que precisava ainda de ser "trabalhado", mas Armando Gonçalves garante que "o documento principal [a apresentar terça-feira] é o mesmo".
"Já fiz algumas dezenas de planos de insolvência no sector têxtil e em nenhum digo onde compro o algodão e a quem vendo o pano a metro", sustentou, assegurando que no plano de insolvência da Qimonda "está devidamente explicado como será feito o pagamento aos credores e demonstrado que a empresa tem capacidade técnica para produzir".
No documento, a administração da Qimonda Portugal defende a "viabilização da empresa enquanto entidade independente a actuar no mercado mundial de semicondutores", embora "necessariamente com uma nova designação e imagem de marca".
A AICEP e os bancos BES e BCP são os principais credores da Qimonda, com 77 % dos 366 milhões de euros de créditos reclamados.
OJE/LUSA.PT
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