HAIA-O governo holandês propôs ontem que as “coffee shops” nacionais, os cafés onde é legal comprar e consumir canábis, se transformem em clubes privados para cidadãos nacionais, com o intuito de dificultar a venda desta substância aos turistas.“O consenso a que chegámos hoje foi o de que deverá ser mais difícil para os turistas comprarem canábis nos cafés holandeses”, indicou a porta voz do governo, Karen Temmink, citada pela AFP depois de uma reunião do Executivo.Numa declaração conjunta, o Executivo indicou estar de acordo com uma proposta apresentada por quatro ministérios holandeses, que transformaria as “coffee shops” em clubes privados sujeitos à apresentação de um cartão de sócio à entrada.Ou então obrigar os clientes a pagar aquilo que consumirem com um cartão de débito holandês.“As vendas de haxixe e de canábis nas ‘coffee shops’ deverão ser feitas a uma escala menor e destinadas apenas a consumo local”, indica o relatório.
Uma nova política que regule o consumo de canábis nas “coffee shops” deverá dar entrada no Parlamento até ao final do ano, acrescentou Temmink.Esta medida teve como ponto de partida um relatório levado a cabo por uma comissão especial que teve como missão reavaliar a política holandesa de grande tolerância para com as drogas leves e que denunciou o turismo de droga protagonizado por alemães, franceses e belgas que frequentemente cruzam as suas fronteiras em direcção às “coffee shops” holandesas.
Vários estabelecimentos que ficam junto às fronteiras com estes países até já anunciaram planos para fechar ou limitar o acesso de turistas às suas instalações, que aqui afluem diariamente.O Executivo holandês indicou ainda que deverá fazer arrancar no próximo ano projectos-piloto que comecem a impor limitações ao consumo. Um desses projectos prevê o limite diário máximo de três gramas de canábis vendido a cada consumidor, em vez das actuais cinco gramas.
A Holanda deixou de criminalizar o consumo e posse de menos de cinco gramas de canábis em 1976, apesar de o seu cultivo continuar a ser ilegal. Existem no país cerca de 700 “coffee shops” legalizadas, que não podem armazenar mais de 500 gramas de canábis a cada momento.
AFP/PÚBLICO.PT
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