PARIS-A UNESCO inicia segunda-feira o processo de designação do seu director-geral, com o ministro da Cultura egípcio a perfilar-se como favorito e a beneficiar da aparente incapacidade dos países europeus em escolher um candidato comum.
A dificuldade deve-se ao facto de haver três candidatas europeias ao cargo de responsável máximo pela organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura: a actual comissária europeia para as Relações Externas, a austríaca Benita Ferrero-Waldner, a embaixadora lituana na UNESCO, Ina Marciulionyte, e a embaixadora búlgara em Paris, Irina Bokova.
"Sem dúvida que não haverá" uma posição comum dos países europeus em torno de um candidato na primeira volta do processo de designação, afirmou hoje Ferrero-Waldner em declarações à imprensa à margem de uma reunião dos chefes das diplomacias da União Europeia. "Pode ser que seja possível na volta seguinte", acrescentou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros austríaco, Michael Spindelegger, declarou-se optimista quanto às hipóteses de Ferrero-Waldner, argumentando que, apesar de um provável veto dos países bálticos e dos búlgaros, "ela é conhecida no mundo inteiro".
Mas o seu colega italiano, Franco Frattini, mostrou-se mais prudente, considerando que as hipóteses da comissária, que não pretende integrar a próxima Comissão Europeia "vão depender da primeira volta... e também da segunda".
A chefe da diplomacia letã, Maris Riekstins, referiu que há um acordo entre os três países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) para apoiar Ina Marciulionyte, mas não excluiu a possibilidade de um outro acordo para uma segunda volta: "Se a questão não ficar resolvida à primeira volta, veremos que tipo de consenso poderemos construir entre os europeus", disse.
Depois de apresentarem os respectivos programas, os nove candidatos ao cargo serão escolhidos a partir de 17 de Setembro através de uma votação de um máximo de cinco voltas. O candidato designado será depois confirmado em Outubro pela Conferência Geral, a assembleia plenária dos 193 membros da organização.
Enquanto país anfitrião da UNESCO, a França tem uma obrigação de neutralidade, embora fontes diplomáticas francesas admitam que Paris prefere o candidato egípcio, o ministro da Cultura Farouk Hosni.
Mas a candidatura de Hosni, que diz ter assegurado o apoio de 32 dos 58 países membros do conselho executivo da UNESCO, gerou controvérsia devido a declarações consideradas anti-israelitas e anti-semitas que fez em 2008, quando disse que queimaria ele próprio os livros israelitas que estão nas bibliotecas egípcias.
Personalidades judias, como o Nobel da Paz Elie Wiesel e o escritor Bernard-Henri Levy, manifestaram a sua indignação com a possibilidade de Hosni aceder à liderança da UNESCO.
O ministro egípcio pediu entretanto desculpas por essas declarações numa entrevista ao diário francês Le Monde.
O director-geral cessante, o japonês Koichiro Matsuura, termina em Novembro o mandato iniciado em 1999.
A dificuldade deve-se ao facto de haver três candidatas europeias ao cargo de responsável máximo pela organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura: a actual comissária europeia para as Relações Externas, a austríaca Benita Ferrero-Waldner, a embaixadora lituana na UNESCO, Ina Marciulionyte, e a embaixadora búlgara em Paris, Irina Bokova.
"Sem dúvida que não haverá" uma posição comum dos países europeus em torno de um candidato na primeira volta do processo de designação, afirmou hoje Ferrero-Waldner em declarações à imprensa à margem de uma reunião dos chefes das diplomacias da União Europeia. "Pode ser que seja possível na volta seguinte", acrescentou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros austríaco, Michael Spindelegger, declarou-se optimista quanto às hipóteses de Ferrero-Waldner, argumentando que, apesar de um provável veto dos países bálticos e dos búlgaros, "ela é conhecida no mundo inteiro".
Mas o seu colega italiano, Franco Frattini, mostrou-se mais prudente, considerando que as hipóteses da comissária, que não pretende integrar a próxima Comissão Europeia "vão depender da primeira volta... e também da segunda".
A chefe da diplomacia letã, Maris Riekstins, referiu que há um acordo entre os três países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) para apoiar Ina Marciulionyte, mas não excluiu a possibilidade de um outro acordo para uma segunda volta: "Se a questão não ficar resolvida à primeira volta, veremos que tipo de consenso poderemos construir entre os europeus", disse.
Depois de apresentarem os respectivos programas, os nove candidatos ao cargo serão escolhidos a partir de 17 de Setembro através de uma votação de um máximo de cinco voltas. O candidato designado será depois confirmado em Outubro pela Conferência Geral, a assembleia plenária dos 193 membros da organização.
Enquanto país anfitrião da UNESCO, a França tem uma obrigação de neutralidade, embora fontes diplomáticas francesas admitam que Paris prefere o candidato egípcio, o ministro da Cultura Farouk Hosni.
Mas a candidatura de Hosni, que diz ter assegurado o apoio de 32 dos 58 países membros do conselho executivo da UNESCO, gerou controvérsia devido a declarações consideradas anti-israelitas e anti-semitas que fez em 2008, quando disse que queimaria ele próprio os livros israelitas que estão nas bibliotecas egípcias.
Personalidades judias, como o Nobel da Paz Elie Wiesel e o escritor Bernard-Henri Levy, manifestaram a sua indignação com a possibilidade de Hosni aceder à liderança da UNESCO.
O ministro egípcio pediu entretanto desculpas por essas declarações numa entrevista ao diário francês Le Monde.
O director-geral cessante, o japonês Koichiro Matsuura, termina em Novembro o mandato iniciado em 1999.
LUSA/OJE
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