O cargueiro Arctic Sea, desviado no final de Julho em águas suecas, transportava, além da carga oficial de madeira, mísseis terra-ar S-300 para o Irão expedidos por um grupo mafioso russo, noticiou hoje o diário austríaco Salzburger Nachrichten.
Citando "fontes israelitas bem informadas e com bons contactos com os serviços secretos ocidentais", o correspondente do jornal em Jerusalém afirma que os mísseis foram carregados no navio quando este estava parado para reparação no porto de Kalininegrado (Rússia), no início do Verão.
Segundo o jornalista, o Irão terá entrado em contacto com um grupo da máfia russa composto por militares russos que aceitam contratos duvidosos para aumentarem o seu rendimento. O objectivo era organizar a entrega daqueles mísseis, entre os mais modernos do mercado de armamento.
Esse contrato com o Irão terá sido comunicado aos serviços secretos russos FSB por "um serviço (de informações) ocidental", o que levou Moscovo a decidir interceptar o cargueiro.
"Isso explica por que razão a Rússia levou tanto tempo, depois de ele ter sido 'desviado por piratas', a interceptar o cargueiro ao largo de Cabo Verde, quando a posição da embarcação era conhecida, segundo a NATO", escreve o correspondente do Salzburger Nachrichten.
O jornalista acrescenta que esta versão dos factos explicaria também por que os serviços secretos ocidentais não intervieram, por que os "piratas" correram tantos riscos por um simples carregamento de madeira com um valor de apenas 1,5 milhões de euros e por que a Rússia enviou grandes aviões de carga para a retirada dos 14 membros da tripulação e 8 piratas.
O jornal afirma também que esta versão do caso do Arctic Sea explicaria também por que o presidente israelita, Shimon Peres, fez uma visita relâmpago à Rússia a 19 de Junho, na qual, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, "entregou provas concretas de que o Irão e a Síria fornecem armas ao Hamas e ao Hezbollah".
LUSA/DN
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