WASHINGTON-Prioridade do presidente, projecto divide opiniões de americanos.Proposta defende que governo subsidie plano de saúde.
Em meio a uma vertiginosa queda da sua popularidade e uma enxurrada de críticas da oposição republicana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai nesta quarta-feira (9) ao Congresso para tentar persuadir os parlamentares a aprovarem, até o final do ano, a proposta de reforma no sistema de saúde americano.
Uma das prioridades do seu governo, a reforma da saúde está empacada no Congresso, e sua discussão fez com que o presidente voltasse aos palanques nove meses depois da posse. Desde então, Obama viu sua popularidade cair dos mais de 70 pontos de janeiro para cerca de 50 nas últimas semanas.
PROTESTOS
A ida de Obama ao Legislativo, a segunda desde o tradicional discurso no início do mandato, é mais um capítulo na desgastante tentativa do presidente de esclarecer os pontos da reforma e neutralizar os discursos oposicionistas.
No mês passado, o democrata criticou a ênfase da mídia aos protestos durante assembleias populares organizadas pelo partido para explicar a seus eleitores a reforma na saúde. "Vocês sabem como encanta a televisão o alvoroço", disse Obama durante uma assembleia no estado de Montana.
Uma semana antes, em New Hampshire, uma americana perguntou a ele se o governo pretendia mesmo criar uma comissão da morte, um grupo de médicos que decidiria se pacientes terminais teriam ou não direito a continuar o tratamento. "Se tivermos que discordar sobre a reforma, que seja em coisas reais e não em informações deturpadas", respondeu o presidente.
Durante as assembleias, o congressista democrata do Texas Lloyd Doggett foi vaiado por uma multidão enfurecida, o legislador democrata de Nova York Tim Bishop teve de ser escoltado pela polícia, e o parlamentar da Carolina do Norte Brad Miller recebeu ameaças de morte por não convocar uma assembleia em seu distrito.
Ao grito de "eutanásia", "medicina socializada", "tomada de poder do governo" e "não, não, não", os opositores tornaram praticamente impossível o diálogo nas assembleias convocadas pelos legisladores de cada estado para explicar o plano a seus eleitores. Os democratas consideraram os protestos uma campanha organizada por políticos e corporações. No entanto, à medida que a discussão sobre a reforma se prolonga, as pesquisas mostram que os americanos se mostram cada vez mais críticos. Em meados de junho, uma pesquisa CBS-New York Times indicava 70% dos americanos como favoráveis à reforma. Em meados de agosto, eles não passavam de 43%, segundo uma pesquisa Gallup-USA Today.
CLINTON
A administração Obama também tenta evitar o desgaste da última tentativa democrata de aprovar um novo sistema de saúde. Em 1993, o recém-eleito Bill Clinton já queria reformar a saúde. Ele apresentou um projeto de lei ao Congresso que, com exceção de algumas supostas reformas, foi rejeitado.
Dezesseis anos mais tarde, Obama quer mudar o método. O presidente se contenta em estabelecer os princípios gerais da reforma, deixando para o Congresso acertar os detalhes e estabelecer as propostas de lei.
GLOBO.COM
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