PARIS-Várias personalidades da diáspora africana em Paris criaram um comité provisório para o desmantelamento do sistema de relações opacas entre França e África, conhecido sob o nome de "Françáfrica", anunciou quarta-feira à PANA o presidente da estrutura recentemente criada, Lanciné Camara."Após reflexões amadurecidas, chegámos à conclusão que as relações entre França e África nunca serão sãs e transparentes enquanto a Françáfrica continuar a existir. O comité é um primeiro passo para o desaparecimento deste modo de relações clientelistas", defendeu.
Na apresentação do programa de actividades do Comité, Camara, que é cumulativamente presidente da União Internacional dos Jornalistas Africanos (UIJA), indicou que o seu órgão realizará uma segunda reunião em Outubro deste ano antes de organizar uma "grande marcha pacífica" em Novembro próximo."A marcha pacífica que nos conduzirá ao Palácio do Eliseu será o ponto culminante das actividades do nosso comité. Até lá, vamos trabalhar para mobilizar todas as energias da diáspora africana, pois a Françafrica continua a prejudicar toda a África francófona", defendeu o presidente do comité provisório.
Para ele, chegou o momento de pedir que o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, respeite a sua promessa de campanha eleitoral de romper com a Françáfrica.
Falando em Maio de 2007 em Cotonou, no Benin, Sarkozy, então ministro do Interior, comprometeu-se a pôr termo à "era de redes dum outro tempo com emissários cujos únicos mandatos são os que eles inventam"."Hoje, nós queremos fazer-lhe honrar o seu compromisso e fazer com que ele assine a certidão de óbito da Françáfrica", insistiu Camara.
Várias organizações francesas da sociedade civil, das quais a Sobrevivência e Socorro Católico, denunciam regularmente o tipo de relações entre França e as suas antigas colónias africanas, estimando que estas relações não estão baseadas numa parceria "favorável às duas partes".
PANAPRESS.COM
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