quinta-feira, 17 de setembro de 2009

CV:Câmara do Sal considera que a economia em Cabo Verde está um "descalabro total"


SANTA MARIA-O presidente da Câmara Municipal do Sal, Jorge Figueiredo, considera que a economia, a nível nacional, encontra-se num "descalabro total", e sentencia que o governo permitiu perder oportunidades nessa ilha, por falta de uma intervenção de políticas nacionais.
Segundo Jorge Figueiredo, esta sua afirmação é baseada no compromisso do governo relativamente à economia do país, com a promessa de um crescimento económico de alcance a dois dígitos, retorção expressiva da pobreza e aumento do emprego no país.
"Estamos a chegar a 2010 com uma redução do crescimento, de uma forma clara, redução da capacidade de emprego e aumento da pobreza", aponta.
Segundo o autarca, neste contexto de descalabro da economia nacional, está o Sal que apresentou nos últimos anos uma resposta objectiva sobre o crescimento económico a dois dígitos - o "único" município que alcançou esse processo, de redução da pobreza em taxas perto de 12% e da taxa de desemprego em cerca de 7/8%.
"Com este município a alcançar estes dados estatísticos objectivos, entramos em crise económica. Permitiu-se perder estas oportunidades na ilha do Sal por falta de uma intervenção de políticas nacionais que apoiassem esta economia viva que é a do Sal", sentenciou, Figueiredo.
O autarca reconhece, entretanto, que a redução de turistas e da imobiliária turística foram dois aspectos fundamentais que também caracterizaram a crise.
Porém, denota, que ao mesmo tempo, a dinâmica social demonstra que a sociedade salense compensou em parte a questão da imobiliária através da auto-construção.
"Mas uma intervenção do governo reduzindo ou anulando a possibilidade dos nacionais obterem lotes de terreno, da Câmara Municipal poder prosseguir o seu programa de acessibilidade a lotes de terreno - desde 2007 que nos encontramos nesta situação -, contribuiu para reduzir outros aspectos da economia, estas resultantes da intervenção a nível nacional", criticou.
Esclarece, por outro lado, que com isso não quer dizer que a decisão do governo no sentido da normalização da situação dos terrenos no Sal não fosse objectivamente boa.
"Era fundamental uma legislação sobre essa matéria para estabilizar a situação. Agora, não podemos levar dois ou três anos a regulamentar uma situação extremamente importante para o desenvolvimento económico local", defende.
Enquanto político, presidente de Câmara e cidadão, Figueiredo chama a atenção dizendo que as políticas desenvolvidas ao longo dos últimos anos não colheram frutos desejados.

OJE/INFORPRESS

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