PRAIA-O líder do PAICV garante ser o único candidato à sua própria sucessão à frente do partido no poder em Cabo Verde, cujas eleições directas estão marcadas para 4 de Outubro e Congresso previsto para Novembro.
Num pequeno-almoço com jornalistas, José Maria Neves, igualmente primeiro-ministro desde 2001, assegurou que tal revela a unidade e o consenso existente no Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), de que é líder desde 2000.
A reunião de cerca de duas horas e meia com os jornalistas teve como pretexto a apresentação da moção de estratégia que José Maria Neves vai sufragar quer nas directas quer no Congresso, tendo como pano de fundo as eleições gerais - presidenciais e legislativas - de 2011.
Entre outros aspectos, José Maria Neves sublinhou que, caso o PAICV ganhe novamente as legislativas, e ao longo da próxima legislatura, o futuro Governo vai apostar mais nas áreas sociais, que se reflectirão no pagamento do 13.º mês, na criação do salário mínimo, ainda em discussão com sindicatos e organizações patronais, e da equiparação do mesmo salário mínimo às pensões sociais.
Nesse sentido José Maria Neves lembrou que, em oito anos de governação, o PAICV obteve "importantes ganhos" para o país, uma vez que reduziu em 10 por cento o nível de pobreza, fez "grandes" investimentos em "todos" os domínios e que, apesar da crise financeira internacional, a economia cabo-verdiana tem a perspectiva de um crescimento de 5% em 2009.
O combate ao desemprego e o apoio ao empreendedorismo serão outras das apostas, através do "Pacto Nacional para o Emprego" - através do diálogo entre o Governo e as organizações não governamentais, entidades patronais, sindicatos, empresas e universidades -, a par da conclusão do processo de modernização administrativa e de um "controlo" da economia e das despesas.Sobre a comunicação social, com a ténue linha que separa governo do PAICV, José Maria Neves defende que a imprensa cabo-verdiana já tem condições para dar "um grande salto qualitativo", sublinhando a forte aposta que, na próxima legislatura, o programa do partido prevê no audiovisual.
"Posso garantir-vos que, da parte do Governo, não há qualquer pressão sobre jornalistas, que não há condicionalismos.
O que há é, às vezes, excessos. Mas é preferível que haja excessos a condicionar a liberdade de imprensa", sustenta.
Segundo o líder do PAICV está prevista a digitalização de todos os serviços da rádio e televisão, estando o Governo em conversações para obter financiamentos para a construção, de raiz, de um novo e moderno edifício para as albergar.
Nas legislativas o virtualmente reeleito líder do PAICV vai defrontar Carlos Veiga, o também virtualmente eleito presidente do maior partido da oposição, o Movimento para a Democracia (MpD), força política de que foi entre 1991 e 2001.
Carlos Veiga, que foi primeiro-ministro cabo-verdiano no mesmo período, é também o único candidato do MpD à liderança do partido, cujas directas se realizam uma semana depois das do PAICV, a 11 de Outubro, depois da desistência, em seu favor, do actual presidente, Jorge Santos.
OJE/LUSA
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