Esta informação foi avançada, no final da tarde de segunda-feira, 09, pelo novo embaixador da Holanda em Cabo Verde, Gerbeu Sjoerb de Jong, durante a cerimónia da entrega das cartas credenciais ao Presidente da República, Pedro Pires.
“Em primeiro lugar, permita-me expressar a minha solidariedade para com todas as famílias afectadas pelo actual surto de dengue. Eu felicito as autoridades pelos seus esforços na luta contra este vírus. Estou feliz em anunciar que, em apoio a este esforço, o meu Governo quer fazer uma pequena contribuição. Amanhã (hoje) à noite, o navio Johan de Witt visitará Praia para um exercício conjunto com as forças de Cabo Verde”, disse o diplomata.
O diplomata reiterou ainda a disponibilidade do governo do seu País em ajudar Cabo Verde no âmbito da parceria especial com a EU, de modo a contribuir para o reforço da boa governação, convergindo o país para os padrões europeus bem como assumir o papel de uma ponte entre a África e a Europa, devido a sua posição geo-estratégica. A Holanda está disposta a apoiar nos sectores do comércio, segurança e turismo.
A diáspora cabo-verdiana em Roterdão mereceu igualmente comentários do diplomata.
“Neste exacto momento, a Holanda é um lugar feliz e cheio de saudade, porque Cesária Évora está realizando em The Hague, esta semana, um espectáculo. Em Novembro, Roterdão vai organizar um festival de música de Cabo Verde. Com a presença de representantes de seu Governo e do sector privado, este evento é uma oportunidade não só para promover a cultura cabo-verdiana, mas também o mercado de Cabo Verde como um destino turístico e de investimento, e como um parceiro de negócios”, realçou.
A mudança climática esteve no centro do seu discurso e recomendou que Cabo Verde privilegie uma política virada para a área das energias renováveis.
Gerben Sjoerd DE JONG ocupava o cargo de Director de Ambiente e Água, no governo holandês, após ter sido embaixador dos Países Baixos em Hanoi (Vietname) e cumprido missões em departamentos governamentais holandeses que trabalham com o norte de África e Médio Oriente.
A Holanda, nos últimos cinco anos, desembolsou uma média de 10 milhões de euros/ano, em apoios ao arquipélago. Uma parte substancial do apoio holandês foi concedida no formato de ajuda à balança de pagamentos (até 2001) e sob forma de ajuda directa ao Orçamento do Estado, modalidade em vigor até 2011.
Brasil, Cuba, Holanda, Espanha “socorrem” Cabo Verde no combate a dengue
Mais quatro países estão disponíveis para ajudar o arquipélago de Cabo Verde no combate a epidemia da dengue, que assola o país deste Setembro passado.
Além das ajudas já concretizadas da parte das autoridades francesa e portuguesa, são agora a Holanda, Cuba, Brasil e Espanha que estão disponíveis para socorrer os cabo-verdianos. A estes países juntam-se organizações internacionais e ONG, com apoio da Suiça e Tailândia. Trata-se da resposta da comunidade internacional ao apelo lançado, na passada quarta-feira, 04, pelo Governo cabo-verdiano.
De Cuba, dois especialistas no combate à malária e à Dengue chegam, hoje, ao país com o objectivo de descobrir e eliminar as larvas do mosquito vector da dengue. Estes especialistas, segundo uma nota de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, permanecem na cidade da Praia, o tempo necessário para aplicação do biolarvicida em concertação com o pessoal do Ministério da Saúde.
Também hoje à noite, estará no país um navio das Forças Armadas holandesas que trará insecticidas, pulverizadores e fardas protectoras para ajudar na eliminação das larvas dos mosquitos.
Da Espanha, aguarda-se o envio de medicamentos e equipamentos clínicos, através da Cruz Vermelha nacional. Este país vai também ajudar o Governo a financiar as actividades de campanha de informação sobre a Dengue.
De entre outras manifestações de apoio a Cabo Verde no combate à epidemia da Dengue, o Governo já recebeu ajudas de várias outras organizações. A União Europeia disponibilizou recursos, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED) e de outros instrumentos como a Comissão Europeia de Ajuda Humanitária (ECHO), para ser utilizado pela OMS no apoio a Cabo Verde.
Os Governos regionais da Madeira e das Ilhas Canárias também já manifestaram intenção de apoiar Cabo Verde.
Da parte do Governo Brasileiro, já está no país um médico especialista que está a trabalhar com as autoridades cabo-verdianas, no sentido de fazer um levantamento das necessidades reais, susceptíveis de serem apoiadas por este Governo.
De referir que a França e Portugal foram os primeiros a responderem às solicitações lançadas pelo Governo cabo-verdiano. Estão no território nacional, desde o fim-de-semana último, uma equipa francesa de oito pessoas, incluindo médicos e enfermeiros, que trouxeram equipamentos clínicos necessários ao combate da epidemia. Esta equipa encontra-se instalada no Centro de Saúde de Achada de Santo António, na cidade da Praia, a realizar consultas, diagnósticos e tratamento da doença, desde domingo.
Portugal disponibilizou um especialista em doenças tropicais que se encontra a trabalhar nos serviços de cuidados intensivos do Hospital Agostinho Neto (HAN), na Praia e uma outra equipa composta de quatro médicos e quatro enfermeiros da Universidade de Coimbra para reforçar os serviços da urgência e dos cuidados intensivos do referido hospital.
De Portugal prevê-se igualmente a chegada, nos próximos dias, de uma equipa da AMI (Assistência Médica Internacional) composta por dois médicos e quatro enfermeiros com vista a reforçar o pessoal do Hospital, em São Filipe, na Ilha do Fogo.
Através da OMS, estão, em Cabo Verde, quatro especialistas da Suíça - equipa de MSF (Médicos Sem Fronteira) e dois da Tailândia da área da pediatria vindos da Tailândia.
Sapo.cvInforpress.cv
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