PRAIA-A proposta de Orçamento de Estado para 2010 (OGE) foi aprovada, na generalidade, no Parlamento cabo-verdiano, com votos 40 votos do PAICV, partido que sustenta o governo, tendo a oposição votado contra.
Aprovada terça-feira na generalidade na presença de 60 dos 72 parlamentares, a proposta de OGE para 2010 regressará à Assembleia Nacional (AN) a 7 de Dezembro próximo para a votação final global.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) explicou que votou a favor do OGE por entender que se trata de um documento que demonstra que há uma "orientação clara de condução" do processo de desenvolvimento do país.
O PAICV é ainda de opinião que, com a política económica seguida pelo governo, é possível o país fazer face à crise económica e continuar o programa de investimentos para o desenvolvimento.
O Movimento para a Democracia (MpD, maior partido da oposição) voltou a insistir que o governo não conseguiu atingir as suas principais metas, designadamente a redução do desemprego e da pobreza para um dígito e o aumento do crescimento económico acima dos 10%.
O partido liderado por Carlos Veiga acusou ainda o executivo de José Maria Neves de fazer "propaganda enganosa".
O líder da bancada parlamentar do MpD, Fernando Elísio Freire, afirmou que o governo está "desorientado" e a tentar "desresponsabilizar-se das suas promessas, com o pretexto da crise internacional".
O debate ficou ainda marcado pela discussão sobre a epidemia de dengue que assola o país e que já registou mais de 19 mil casos e seis mortos.
O deputado Orlando Dias (MpD) acusou o ministro da Saúde cabo-verdiano, Basílio Ramos, de "analfabetismo em saúde pública" e pediu a demissão do governante, por entender que a epidemia de dengue se alastrou, porque o governo não tomou as medidas necessárias.
O titular da pasta da Saúde, por seu turno, afirmou que o deputado, que é também presidente da Comissão Especializada de Saúde do Parlamento, é "irresponsável", e sublinhou ser necessário valorizar o esforço dos cabo-verdianos no combate à doença.
Basílio Ramos volta hoje à tarde ao Parlamento, onde irá prestar contas perante a Comissão Especializada de Saúde e falar aos deputados sobre a epidemia e as medidas que o governo já tomou para o seu combate.
OJE/LUSA
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