terça-feira, 10 de novembro de 2009
HOLANDA:ELITE BRANCA NOS ALTOS ESCALÕES DE AMSTERDÃO
HILVERSUM-Amsterdão é quase totalmente dirigida por uma elite de holandeses brancos. Praticamente não há pessoas de origem estrangeira no quadro de direção de organizações públicas ou privadas da capital da Holanda. Membros das instituições simplesmente repassam os altos postos de trabalho para antigos amigos da universidade e holandeses de origem estrangeira acabam excluídos. Esta conclusão é do Conselho Consultivo para a Diversidade e Integração. A instituição baseou suas conclusões numa pesquisa que incluiu funcionários de corporações habitacionais, hospitais e serviços sociais de organizações culturais e altas instituições de educação. No governo local o quadro não é diferente.
A dirigente do Conselho Consultivo, Ankie Verlaan, disse à Rádio Nederland que, “se olharmos a aparência da maioria dos cidadãos, os executivos não refletem seus moradores”.
Entre os 66 diretores e membros do alto escalão das corporações de moradia em Amsterdão não há um imigrante sequer. Nas organizações de serviço social nenhum dos 46 diretores é de origem estrangeira. Um quadro semelhante observa-se no setor de educação superior onde há somente quatro imigrantes entre os setenta membros de alto escalão. No setor cultural, a proporção é de apenas dois entre 48.
Ankie Verlaan diz que há “predominância da cultura branca” nas instituições e é difícil romper totalmente com isso. Ela afirma que, embora dirigentes e supervisores não excluam, deliberadamente, pessoas de origem étnica minoritária, o problema é que eles simplesmente não conhecem pessoas dessas comunidades. Os que estão em melhor posição no trabalho tendem a contratar pessoas de seus próprios círculos de amigos e conhecidos.
Imigrantes
O Conselho Consultivo entende como “branco” o holandês nativo, em oposição aos imigrantes não-ocidentais. Entre eles estão os vindos de países como Turquia, Marrocos, Suriname e Antilhas Holandesas. Grupos menores de imigrantes não-ocidentais na Holanda incluem os que vêm de países como Indonésia, China, Iraque e Afeganistão. Aproximadamente 40% dos imigrantes no país são de outros países europeus.
Em todo o país o número total de imigrantes - ocidentais ou não – atinge aproximadamente 16% da população. Entretanto, em Amsterdão, mais da metade da população não é de holandeses nativos.
Fenômeno holandês
O Conselho Consultivo diz que Amsterdão vem prometendo, há anos, melhorar o equilíbrio da composição étnica no corpo dirigente para refletir a realidade da cidade, mas nada mudou de fato. E pior, Ankie Verlaan ressalta que esse problema não é registrado somente na capital, mas em toda a Holanda. “É um típico fenômeno holandês. Você vai à universidade, junta-se a um grupo de cultura branca, onde todos se conhecem, e que se torna seu ponto de referência.”
RNW-Por Michael Blass
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