Cimeira de Copenhaga deu aviso sério, alerta o ex-primeiro-ministro belga liberal.
A cimeira de Copenhaga deixou um claro aviso aos países da UE: ou eles se fazem ouvir através desta união com uma só voz ou deixarão de ser ouvidos de todo. A constatação é feita pelo actual líder do grupo liberal no Parlamento Europeu, Guy Verhofstadt, numa carta aberta ontem publicada pelos jornais Le Soir e De Morgen.
"O que é novo e mesmo surpreendente é a maneira através da qual se chegou a um acordo. À mesa das negociações estava sentado um pequeno grupo de principais líderes mundiais: Obama pelos EUA, Wen Jiabao pela China, Singh pela Índia, Lula pelo Brasil e Zuma pela África do Sul. A composição deste grupo é a prova de que o mundo unipolar se transformou num mundo multipolar. É o que eu chamo a nova era dos impérios", escreveu o ex-primeiro-ministro belga e autor do livro intitulado Os Estados Unidos da Europa.
"Aqui chegamos à conclusão mais chocante de Copenhaga: a Europa não foi convidada para a mesa dos Grandes. Nem um país europeu nem a União como tal. Hoje em dia, há uma realidade: a Europa já não é ouvida pelas grandes potências. Em Copenhaga não estivemos nas negociações do acordo final, não fomos ouvidos", acrescentou o federalista, sublinhando a urgência de ter uma união e uma federação política.
Caso contrário, alerta, a UE arrisca-se a ser a Suíça do mundo, deixando os outros decidir por si, sem ser tida nem achada. Verhofstadt considera que é importante usar, por isso, as ferramentas criadas pelo Tratado de Lisboa. Este visa agilizar o funcionamento interno da União Europeia e dar-lhe mais peso a nível externo.
DN.PT
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