Os serviços sanitários de Cabo Verde indicaram ontem Lusa que se registaram mais 2.477 novos casos de dengue em três dias, elevando para 16.436 o total de infectados desde o surgimento da epidemia, em Setembro.
Maria de Lurdes Monteiro, directora dos Serviços de Epidemiologia do Ministério da Saúde cabo-verdiano, adianta que o total de casos de febre hemorrágica subiu de 118 para 140, lembrando que desde 5 deste mês que o total de óbitos, seis, não sofre alteração.
A epidemia centra-se maioritariamente na Cidade da Praia, mas já afectou outras ilhas do sul do arquipélago, como Fogo, Brava e Maio, havendo casos cada vez menos residuais nas ilhas do Sotavento - Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal e Boavista.
"Há uma tendência de estabilização do total de novos casos diários, mas estamos ainda longe de controlar o surgimento de mais infectados", diz Maria de Lurdes Monteiro, sublinhando ser "difícil" indicar se o pico da epidemia já foi atingido.
Cabo Verde encontra-se no final da época das chuvas, e o dengue, muito dependente do clima, beneficia quer com a chuva quer com o calor, pois permite o desenvolvimento dos ovos do mosquito transmissor de uma doença que é inédita no país.
Se não chove há mais de duas semanas e meia, "o que é positivo", o calor que se tem feito sentir não afasta todas as possibilidades de nova vaga, pelo que, defende Maria de Lurdes Monteiro, tem de continuar a haver "cuidados especiais" com o saneamento, lixo e poças de água para evitar que o vírus se torne endémico no arquipélago e seja "eficazmente eliminado".
"Estamos atentos e vigilantes, o que não significa que estejamos optimistas. Estamos a fazer o nosso trabalho e temos tido a ajuda internacional, que muito tem contribuído para combater não só a doença nos hospitais e centros de saúde mas também os focos do desenvolvimento das larvas", refere.
Questionada sobre a gripe A (H1N1), que também está a assolar Cabo Verde, à semelhança de muitos outros países do mundo, Maria de Lurdes Monteiro indica que o total de casos confirmados ascende já a 94, sem que se tenha registado qualquer óbito. "Estamos também a acompanhar com muita atenção a questão da gripe A (H1N1), mas os casos são substancialmente menos do que os de dengue", refere.
OJE/LUSA
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