quarta-feira, 11 de novembro de 2009

MOÇAMBIQUE:RENAMO e MDM rejeitam resultados das eleições em Moçambique


A RENAMO e o MDM rejeitaram hoje os resultados das eleições legislativas e presidenciais de 28 de Outubro que deram a vitória à FRELIMO e a Armando Guebuza, por alegada fraude.

Em conferência de imprensa hoje em Nampula, no norte do país, o secretário-geral da RENAMO, Ossufo Momad, exigiu a anulação das eleições, sugerindo um período de gestão do país "até à mudança da lei eleitoral", que "deverá ser mais justa".
"Reiteramos que não reconhecemos estas eleições. Exigimos a sua anulação", disse o secretário-geral do principal partido da oposição, que ficou em segundo lugar com 16%, atrás da FRELIMO, que teve 76% dos votos válidos.
"Nós não vamos permitir que o regime mate a democracia, custe o que custar", declarou Ossufo Momad.
O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, também considerou as eleições "as mais fraudulentas", mas exortou os eleitores a não primarem pela violência.
O MDM, partido formado há sete meses por Daviz Simango, edil da Beira, entrará pela primeira vez para o Parlamento com oito deputados, depois de ter conquistado 3,95% dos votos nas eleições em que participaram 4,3 milhões de eleitores.
A FRELIMO, partido hoje proclamado vencedor das eleições legislativas em Moçambique, conquistou 191 assentos no Parlamento, uma vitória confortável que lhe dá a prerrogativa de aprovar leis e rever a Constituição sem necessidade de acordos partidários, enquanto a RENAMO conseguiu somente 41 deputados.
Reagindo aos resultados hoje divulgados, Daviz Simango acusou a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de ter chumbado a sua candidatura à Presidência de forma premeditada, em conluio com a FRELIMO, assinalando que, desta forma, os órgãos eleitorais mostraram que "tinham medo da sua consciência".
A atitude da CNE nestas eleições "mostrou que os verdadeiros adversários (do MDM e seu candidato) tinham mais medo da sua própria consciência do que da nossa força", afirmou Daviz Simango.
A FRELIMO assegurou hoje que irá honrar "com muita dedicação e muito trabalho" a governação nos próximos cinco anos, minimizando a conquista de maioria absoluta nas eleições gerais de 28 de Outubro, que possibilita alterar a Constituição.
"Vamos honrar com muita dedicação, muito trabalho, porque concorremos justamente para contribuir para a população", disse hoje aos jornalistas Verónica Macamo, mandatária da FRELIMO, partido no poder desde a independência de Moçambique, em 1975.
"Os observadores foram unânimes em dizer que o processo foi livre e justo", por isso, "todos têm que se juntar à FRELIMO e a Guebuza, porque o país precisa de todos. Todos são convidados a participar e a dar a sua força para que Moçambique cresça", defendeu Verónica Macamo.
O presidente da CNE, João Leopoldo da Costa, disse que a instituição "não recebeu nenhuma comunicação ou denúncia acompanhada das necessárias provas dos factos, nem foi reportada qualquer participação às autoridades policiais mais próximas do local de ocorrência de ilícitos" nestas eleições.
"Não basta que as irregularidades do processo eleitoral constatadas sejam tornadas públicas por via dos órgãos de comunicação social ou de outros meios de difusão para que a sua culminação legal seja diferida", reforçou.
OJE/LUSA

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