RIO DE JANEIRO-Cidade Maravilhosa será palco do Mundial de Futebol em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016 e quer diminuir índices de criminalidade.
Quando Rudy Giuliani chegou à presidência da Câmara de Nova Iorque, em 1994, a cidade tinha elevados índices de criminalidade. Depois de pôr em prática uma política de "tolerância zero", o número de crimes caiu 57% e o de assassínios diminuiu 65% quando deixou o cargo em 2001. Razão mais que suficiente para que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o contrate como consultor de segurança a antecipar os grandes desafios que a "cidade maravilhosa" tem pela frente.
"O antigo presidente da câmara de Nova Iorque aceitou o desafio e vai colocar uma equipa, junto com a nossa, a estudar e conhecer melhor a realidade do Rio para preparar uma proposta que, em menos de um mês, chegará às nossas mãos", disse o governador do Rio de Janeiro. "Ele tem uma equipa a trabalhar no mundo inteiro e vou contratá-lo como consultor", acrescentou Sérgio Cabral, sem contudo revelar quanto custará este serviço de consultoria.
O Rio de Janeiro vai ser palco de três grandes acontecimentos desportivos nos próximos anos. Começa já em 2011, com a organização dos Jogos Mundiais Militares. Segue-se depois o Mundial de Futebol, em 2014, e dois anos depois os Jogos Olímpicos. Um grande desafio para a cidade, que é muitas vezes notícia não pelas praias mas pela criminalidade ligada ao tráfico de droga. A taxa de homicídios é de 35 por cem mil habitantes. A média mundial é de 8,8.
"Eu acredito na teoria da tolerância zero. Tem que se ter atenção nas grandes e nas pequenas coisas. E também tornar a comunidade mais segura, mais limpa, mais saudável, além de se educar as crianças", declarou Giuliani, após visitar uma escola municipal no Complexo de Favelas do Alemão, uma das localidades mais violentas. "Quanto se quebra uma janela, ela deve ser consertada antes que quebrem a segunda. Essa é a lógica do delito", explicou.
Cabral lembrou que o trabalho do ex-mayor de Nova Iorque - que foi também o responsável pela recuperação da cidade depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001 - serve já como base para as Regiões Integradas de Segurança Pública. "Muito do nosso trabalho foi baseado no modelo que Giuliani criou para Nova Iorque e que se mantém até hoje. Ele é um grande especialista na matéria, que pegou em Nova Iorque com índices altíssimos de criminalidade e entregou-a com índices extraordinários para a população, o que o consagrou como grande prefeito da história da cidade", concluiu Cabral.
Desde que deixou a presidência da câmara de Nova Iorque, Giuliani fundou uma consultoria - a Giuliani Partners - dedicada a "ajudar os líderes a resolver problemas estratégicos críticos". Depois de falhar a nomeação republicana para as presidenciais de 2008, abdicando a favor de John McCain, Giuliani disse recentemente que ainda não pensou no futuro. Nos seus planos poderá estar o cargo de governador (eleições em 2010) ou de senador.
DN.PT-POR SUSANA SALVADOR
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