quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
CV:Cabo Verde sensibiliza empresários para vantagens de exportar para EUA
PRAIA-Cabo Verde criou um centro de recursos para o aproveitar as possibilidades da AGOA (Lei de Crescimento e Oportunidades para África), que visa aumentar as exportações dos seus produtos para os EUA, segundo fonte governamental cabo-verdiana.
De acordo com a ministra da Economia de Cabo Verde, Fátima Fialho, a abertura do centro é uma das medidas de apoio à promoção de exportações de bens para o mercado norte-americano, ainda pouco explorado pelas empresas cabo-verdianas.
A governante cabo-verdiana falava na abertura do seminário AGOA - Road to Export, organizado pelo Governo em parceria com a embaixada dos EUA na Cidade da Praia, e que visou dar a conhecer aos empresários as oportunidades que o AGOA abre às exportações cabo-verdianas.
Fátima Fialho explicou que as trocas comerciais entre Cabo Verde e EUA ainda são "muito limitadas", representando menos de 1% do total, mesmo apesar de ser o país que abriga uma das maiores comunidades de emigrantes cabo-verdianos.
"O programa já existe e estava disponível em Cabo Verde há alguns anos. Mas, por constrangimentos da nossa economia, só pudemos beneficiar dele em 2005 e de forma muito reduzida. A intenção agora é redinamizar o sector das exportações e tentar aproveitar esta oportunidade", referiu, lembrando que o centro vai apoiar os operadores nacionais na entrada no mercado norte-americano.
"É um centro de informações e aconselhamento, porque uma das grandes restrições de um estudo que fizemos sobre as dificuldades das exportações, nomeadamente para os EUA, foi a falta de conhecimento dos empresários sobre os requisitos de entrada nos mercados de destino dos nossos produtos", explicou.
Por sua vez a embaixadora dos EUA em Cabo Verde, Marianne Myles, sublinhou a importância do AGOA na facilitação do acesso ao mercado norte-americano em condições preferenciais. "A isenção de taxas aduaneiras e a abolição das restrições quantitativas dos produtos de Cabo Verde passam a ter o mesmo tratamento que os bens produzidos nos EUA ou, pelo menos, mais favorável que os bens de países terceiros", afiançou. A diplomata chamou a atenção para o facto de haver requisitos a cumprir, nomeadamente a instalação de um sistema de certificação dos produtos na origem e ainda um combate ao tráfico e falsificação de produtos e dados.
"É preciso ter em consideração que o facto de um país reunir os requisitos de elegibilidade não constitui por si só condição suficiente para beneficiar do AGOA. São necessárias outras medidas, como a criação de um sistema de certificação na origem, bem como o reforço de procedimentos para se evitar o tráfico ilícito e o uso de falsificação de dados", lembrou Marianne Myles.
Sobre este assunto a governante cabo-verdiana realçou que o Executivo deverá aprovar, já em Janeiro, um sistema nacional de qualidade que vai permitir a certificação dos produtos cabo-verdianos destinados à exportação.
A AGOA foi aprovada pelos EUA a 18 de Maio de 2000 como parte da Lei de Comércio e Desenvolvimento, e possibilita a entrada isenta de taxas alfandegárias no mercado norte-americano de produtos designados provenientes de países africanos, que se encontrem em fase de implementação de uma economia de mercado livre e de reformas políticas democráticas.
OJE/LUSA
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