PRAIA-A Assembleia Geral da Electra, realizada na sexta-feira, em Mindelo, veio trazer mais pormenores do negócio já anunciado pelo Governo, com a decisão em Conselho de Ministros da entrada do INPS no capital social da empresa distribuidora de energia e água.
Esta segunda-feira, o MpD convocou a imprensa para denunciar esta situação que considera de “muito grave” porque, afinal, o montante de 525 mil contos dos fundos do INPS, já haviam entrado na Electra há um ano.
“Ou seja, 525 mil contos do dinheiro dos trabalhadores recebido pelo INPS já foram gastos, de modo secreto, desde 2008” e “ainda por cima sem qualquer melhoria no serviço público que a Electra devia prestar”, disse o Presidente do MpD, Carlos Veiga esta manhã. na Praia.
Segundo o MpD não se tratou de entrada de dinheiro fresco na Electra, de “verdadeiro investimento”, mas sim de conversão de capital de dívida da Electra que o INPS financiou em 2008. “É esse o crédito do INPS que agora é transformado em capital social da Electra”, explica Veiga.
“De credor, que sempre poderia cobrar as dívidas, o INPS, passa a accionista que tem de suportar as quase constantes perdas da Electra”, continuou o líder dos ventoínhas, manifestamente contra esta decisão do Governo, acrescentado ainda que mesmo o Conselho de Administração, presidido por Antão Fortes, acha que só em 2015 a Electra sairá do vermelho.
Carlos Veiga explicou que é muito reduzida a possibilidade de INPS recuperar os 525 mil contos a médio prazo, até porque, a Electra vai ter de pagar os juros e reembolsar o capital das obrigações que foi forçado a emitir, antes de poder distribuir dividendos, pois é preciso relembrar que a empresa vai ter de reembolsar já em 2012 o capital de uma das séries de obrigações emitidas.
O mais grave ainda, diz o MpD, é que o INPS, na realidade, converteu o seu crédito em capital tomando por 2.500 escudos cada, acções cujo valor nominal é de 1000 escudos, o que significa que pagou 1500 escudos por cada acção. “Mas prémio porquê, se, provavelmente o valor real das acções estará mesmo abaixo do seu valor nominal?”, questiona o maior partido da oposição, desconfiado desta decisão do Executivo de José Maria Neves.
LIBERAL.SAPO.CV
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