BERLIM-O parlamento alemão elegeu hoje Angela Merkel para um novo mandato de quatro anos, com os votos da maioria absoluta de democratas-cristãos e liberais, que formam o novo executivo.
A chanceler alemã conseguiu 323 dos 612 votos expressos e 285 votos contra, mas não fez o pleno de 332 votos dos deputados dos partidos que apoiam a coligação.
Após a eleição no parlamento (Bundestag), o Presidente da Alemanha, Horst Koehler, investirá a chanceler no cargo, numa cerimónia no Palácio Bellevue, em Berlim.
O executivo reúne-se depois pela primeira vez à tarde, na Chancelaria Federal, para um primeiro ponto da situação, não sendo de esperar decisões.
No programa do governo apresentado anteriormente pela coligação de democratas-cristãos (CDU-CSU) e liberais (FDP), destaca-se a promessa de reduções nos impostos da ordem dos 24 mil milhões de euros por ano.
Na legislatura que agora se inicia, o centro-direita pretende também investir 12 mil milhões de euros na educação e ensino e fixar estas despesas em 10 por cento do orçamento geral do Estado, a partir de 2015.
No documento de 124 páginas anuncia-se um programa para acelerar o crescimento económico, em alternativa a uma política de austeridade, que foi considerada desadequada para combater a actual crise e o aumento do défice público.
Além disso, haverá também um "chapéu protector" para os trabalhadores, para estancar e reduzir o desemprego, à imagem das medidas tomadas para evitar o colapso da banca.
Para a política externa, CDU-CSU e FDP consideram que as negociações para a adesão da Turquia à União Europeia têm desfecho em aberto e propõem que seja oferecida a Ancara uma parceria privilegiada, em caso não se chegue a acordo.
O novo ministro dos Negócios Estrangeiros será o chefe do FDP, Guido Westerwelle, um díscipulo do lendário chefe da diplomacia alemã Hans-Dietrich Genscher.
O político mais experiente da CDU, Wolfgang Schaeueble, 67 anos, transita do Interior para as Finanças, uma das pastas mais importantes.
O ministro mais jovem é Philipp Roesler, do FDP, um médico de ascendência vietnamita que assumirá a pasta da Saúde, considerada uma das mais difíceis, face ao défice na assistência pública.
Ao todo, o governo terá sete ministros da CDU, cinco dos liberais e três dos democratas-cristãos da Baviera (CSU), além da chanceler.
Após a reunião do executivo, Merkel parte para Paris, ao fim da tarde, cumprindo a tradição dos chefes de governo alemães de fazer a primeira oficial a França, como forma de sublinhar a importância das relações entre os dois países vizinhos.
Segundo fontes governamentais em Berlim, o encontro entre Merkel e o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, servirá para preparar a cimeira europeia de quinta e sexta-feira, em Bruxelas.
Na agenda do Conselho Europeu destacam-se as questões económicas, o combate às alterações climáticas e a escolha dos nomes para os novos cargos na UE, definidos no Tratado de Lisboa.
Para a entrada em vigor do Tratado falta apenas a conclusão do processo de ratificação na República Checa.
OJE/LUSA
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