PRAIA-Mais de um mês depois das cheias, falta em São Nicolau um programa de emergência "para acudir às pessoas mais necessitadas", defendeu o presidente do MpD, ao Expresso das Ilhas.
"O que deixa as pessoas indignadas é alguma inacção do Governo na resolução das questões mais urgentes". O recém-eleito líder do MpD visitou este fim-de-semana a ilha de São Nicolau e, antes do regresso à Praia, defendeu a criação de um programa de emergência.
Carlos Veiga, acompanhado pelo seu antecessor, Jorge Santos, e por Nélson Brito, Teófilo Figueiredo e Amílcar Spencer Lopes, percorreu a ilha "de uma ponta à outra, muitas vezes a pé", para avaliar os danos provocados pelas chuvas do mês passado. "Há estragos importantes, estradas muito danificadas e áreas cultivadas que se perderam por completo", frisou o jurista.
Além disso, há muitas casas que "foram destruídas ou estão em grave risco de ruir", referiu Veiga. Algo que acontece mesmo na vila de Ribeira Brava, que "está em más condições", pois as enxurradas "deixaram marcas muito profundas". A maioria das povoações no vale de Ribeira Brava continuam sem acesso rodoviário, lamentou.
Durante a visita, "falámos com muitas pessoas, que sofreram na pele os efeitos das chuvas, pessoas que nem têm sítio onde morar", sublinhou o presidente do MpD. No entanto, lembrou, "já passaram 40 dias". A população de São Nicolau "está psicologicamente forte, mas falta uma palavra de ânimo e sobretudo intervenções que mostrem que os poderes públicos estão dispostos a ajudar". Para Veiga, "neste momento é preciso agir, pois os recursos existem".
Mais tarde, acrescentou o dirigente, é preciso lançar a recuperação das infra-estruturas danificadas ou mesmo destruídas totalmente pelas águas, mas "em outras bases". "Não podemos continuar a construir pensando que em Cabo Verde não chove", alertou Veiga, "temos de começar a prevenir este tipo de catástrofes".
Finalmente, o jurista elogiou a criação do Fundo Nacional de Emergência (FNE), aprovada na passada quinta-feira, 22 de Outubro, pelo Conselho de Ministros. "Esta foi uma ideia lançada pela Comissão Política Nacional do MpD e ficamos muito satisfeitos por ver que foi aceite pelo primeiro-ministro", afirmou. Contudo, recordou Veiga, o FNE é um instrumento de "médio ou longo prazo" e "as populações de São Nicolau não podem esperar, precisam de apoio agora".
EXPRESSODASILHAS.CV
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