O momento não podia ser mais crucial para o PSD: o Parlamento já recomeçou a trabalhar, em contagem decrescente para a discussão do programa do Governo e do Orçamento de Estado para o próximo ano. E com a derrota das eleições legislativas a pairar ainda sobre o PSD, os social-democratas vão esta noite delinear a estratégia política para os próximos meses.
E é na hora de discutir os próximos passos a dar, que se podem tornar claras as divergências políticas dentro do próprio Conselho Nacional, com a liderança de Manuela Ferreira Leite a ser questionada por alguns dos seus membros, entre os quais Pedro Passo Coelho.
Mas debater lideranças não é, pelo menos, a vontade geral. Entre os militantes próximos da líder do PSD, reina a convicção de que o mandato de Ferreira Leite deve ser cumprido até ao fim (Maio 2010) – tal como o Secretário-Geral do partido defendeu publicamente.
“Tivemos eleições há quase dois anos. Vamos ter eleições em breve e não deve ser este Conselho Nacional a puxar a questão”, defendeu o deputado José Eduardo Martins. E, numa referência a Pedro Passos Coelho que disse estar disponível para voltar a concorrer à liderança do PSD, o deputado assegura que “haver um candidato derrotado que aparece todas as semanas a disponibilizar-se para ser líder do partido não credibiliza o PSD”.
Também em declarações ao SAPO, o antigo vice-presidente da bancada parlamentar Montalvão Machado defendeu que o partido não deve procurar o rosto da derrota: “Somos todos do mesmo partido. Não foi Manuela Ferreira Leite quem perdeu as eleições, mas sim todo o PSD e, por isso, devemos reflectir”.
SAPO.PT-Por Marco Leitão Silva
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