Liberal acaba de receber este comunicado da Câmara Municipal da Praia e que dá conta da tentativa de assassinato de um Vereador nos Paços do Concelho, as ameaças de que têm sido alvo os titulares dos cargos políticos dessa edilidade e a impunidade das autoridades policiais e judiciais.
Um documento que, pela sua importância o nosso jornal decidiu apresentá-lo ao caro leitor, na íntegra:
PRAIA-Liberal acaba de receber este comunicado da Câmara Municipal da Praia e que dá conta da tentativa de assassinato de um Vereador nos Paços do Concelho, as ameaças de que têm sido alvo os titulares dos cargos políticos dessa edilidade e a impunidade das autoridades policiais e judiciais.
Um documento que, pela sua importância o nosso jornal decidiu apresentá-lo ao caro leitor, na íntegra:
Câmara Municipal da Praia
Comunicado
Ameaças de morte e tentativa de homicídio a titulares de cargos políticos da Câmara Municipal da Praia
A equipa governativa da Câmara Municipal da Praia ponderou seriamente sobre os impactos que notícias relacionadas com ameaças de morte contra titulares de cargos políticos municipais e tentativa de homicídio contra um Vereador poderiam ter na imagem externa do país e em consequência decidiu enveredar apenas pela via institucional apresentando queixa-crime na Procuradoria da Comarca da Praia e solicitando intervenção junto da Polícia Nacional e da Polícia Judiciária.
No entanto, a partir do momento em que os deputados municipais do PAICV tornaram o assunto público no seu blogue institucional e que o jornal A Semana, de 23 de Outubro, jornal próximo do partido no poder, trata uma tentativa de homicídio a um titular de cargo político como “chacota”, desvirtuando os factos e visando atingir a imagem da actual equipa camarária, não nos resta outra saída senão tornar público e com pormenores, o sucedido no dia 12 de Outubro e outras graves investidas contra a integridade física de titulares de cargos políticos da Câmara Municipal da Praia.
Os acontecimentos que iremos relatar são gravíssimos. Quem os praticou continua impunemente a circular pela cidade e a reforçar as ameaças. Nas sessões da Assembleia Municipal os jovens que proferiram ameaças públicas de morte ao Presidente da Câmara e ao Vereador da área da protecção civil e chegaram até a vias de facto, são apresentados por determinados deputados municipais do PAICV, como vítimas da denominada política de despedimentos da Câmara Municipal. A televisão TIVER deu um longo tempo de antena a alguém que tentou um homicídio contra um titular de cargo político e contou uma versão muito espertalhona apresentando-se como vítima. Face à gravidade da situação, o Presidente da CMP enviou uma carta ao Director Nacional da Polícia Nacional solicitando protecção policial dos edifícios da CMP e não recebeu nenhuma resposta.
A tentativa de homicídio
1. No dia 12 de Outubro, a Senhora Ana Ferreira Gonçalves muniu-se de uma faca com cerca de 15 cm de lâmina e dirigiu-se ao edifício do Paços do Concelho com intenção de matar o Vereador do Ambiente e Saneamento, Gilberto Silva.
2. Chegado ao local, dirigiu-se à recepção e foi informada pela recepcionista que o Vereador ainda não tinha chegado, pelo que sentou-se na recepção e ficou fria e calmamente à espera dele.
3. Por volta das 14h:30mn, o Vereador Gilberto Silva entrou na recepção da Câmara Municipal da Praia acompanhado do motorista.
4. Ao chegar aos Paços do Concelho, o Vereador Gilberto Silva foi abordado, com maus modos, por Ana Ferreira Gonçalves dizendo «N’ bem li pa pagam nha dinhero ki nhós sta debem».
5. Perante tal facto o Vereador Gilberto Silva respondeu-lhe que o assunto não era tratado por ele e nem desta forma.
6. Porque a Sra. Ana Ferreira Gonçalves continuou a insistir, com maus modos, o Vereador repetiu mais uma vez a mesma coisa, acrescentando que estava a falar em crioulo.
7. Logo de seguida, o Vereador dirigiu-se para o interior do edifico. E, após ter andado 3 a 4 metros, ouviu um grito, quando voltou deparou com a Sra. Ana Ferreira Gonçalves indo em sua direcção empunhando uma faca, após o que fez várias tentativas de o atingir.
8. O Vereador Gilberto Silva só não foi atingido pelas costas porque um dos presentes na sala, gritou fazendo com que ele voltasse e se defendesse com a pasta que trazia consigo.
9. Alguns agentes da Polícia Nacional, concretamente do Corpo de Intervenção da Unidade Especial, cuja instalação fica mesmo em frente à recepção da CMP, na outra margem da rua, ao ouvirem os gritos, entraram com armas em punho e prenderam a agressora.
10. Os agentes da PN colocaram-na no interior da viatura policial e, segundo o agente António Tavares, decidiram levá-la para o Hospital da Trindade uma vez que a mesma alegou que é doente mental e que vem sendo assistida há cerca de 2 anos por médicos desse hospital. Entretanto, segundo o mesmo agente, no Hospital Psiquiátrico de Trindade recomendaram que fosse transportada para o banco de urgências do HAN.
11. Segundo o mesmo agente, no HAN deixaram a agressora sob os cuidados de um enfermeiro a quem recomendaram para não deixá-la sair por encontrar-se muito agressiva.
12. A faca utilizada por Ana Ferreira Gonçalves encontra-se apreendida nas instalações do Corpo de Intervenção da Unidade Especial, segundo o agente.
13. No entanto, para espanto de todos, a Sra. Ana, no dia seguinte, encontrava-se em liberdade e nas imediações do edifício dos Paços do Concelho e inclusive, deu uma entrevista na televisão TIVER vitimizando-se e acusando vereadores e directores da CMP. Quem viu a Senhora, desenvolta na TIVER, chega facilmente à conclusão sobre o tipo de doença mental que ela padece.
14. Espanta assim, a actuação da PN que deixa seguir impunemente alguém que foi apanhado em flagrante a tentar um homicídio contra um titular de cargo político, estribando-se no facto de a mesma ter dito ser doente mental.
15. O que teria acontecido à Senhora se essa mesma tentativa de homicídio tivesse acontecido a um Ministro? Ou ao anterior presidente da CMP? Estaria a Senhora solta?
16. A Sra. Ana Ferreira Gonçalves era funcionária da CMP. No mês de Janeiro deste ano, foi-lhe instaurado um processo disciplinar e uma pena de despedimento por ter atacado e atingido um funcionário em pleno serviço com um ferro grosso e maciço que trazia escondido por entre as roupas; desferiu-lhe um golpe atingindo-lhe o ombro direito da zona de omoplata, tendo-lhe de seguida atirado quatro pedradas.
17. A partir dessa decisão, a Senhora tem feito uma série de diligências junto dos serviços da CMP e do sindicato SINDETAP (e diz ter também um advogado) para lhe ser retirada a pena de despedimento ou receber indemnização, assim como tem ameaçado de morte vereadores e directores, até ao dia em que tentou consumar o acto.
O caso dos jovens do Paiol
1. Um grupo de jovens que haviam sido contratados em regime de prestação de serviço, com duração de três meses, pela Câmara anterior para fazerem trabalhos de toponímia, foram colocados, também pelo executivo anterior, na direcção de fiscalização.
2. No âmbito da reestruturação dos serviços a nova equipa camarária tomou a decisão de denunciar esses contratos assim como o fez em relação a vários contratos a prazo com duração de três meses.
3. No dia 7 de Maio deste ano, esse grupo de jovens, todos eles do Paiol, juntaram-se à frente do edifício dos Paços do Concelho dirigindo-se de forma agressiva aos vereadores. Foram recebidos pelo Presidente da Câmara. Descontentes com a decisão de rescisão dos contratos, afirmaram que a partir dessa data iam transformar-se em thugs.
4. Nesse mesmo dia, depois de um encontro com um deputado municipal do PAICV no Palácio da Assembleia Nacional, teriam proferido ameaças de morte ao Presidente da Câmara. Alguém ouviu a conversa e pode testemunhar.
5. No dia 9 de Maio, por volta das 19H00, alguns desses jovens tentaram uma agressão contra o Vereador responsável pela área de fiscalização, Abailardo Amado, quando este se encontrava na localidade de Paiol, em direcção à casa de um familiar. Foi agredido com uma garrafa de cerveja que atingiu uma outra pessoa, tentativa de agressão que foi acompanhada de um chorrilho de insultos e de outras ameaças verbais contra a sua vida e integridade física.
Queixas apresentadas
1. No dia 12 de Maio, uma carta do Presidente da CMP foi dirigida ao Director da Polícia Nacional com conhecimento do Procurador-Geral da República e do Director Central da Polícia Judiciária solicitando a devida intervenção dessas entidades. Uma nova carta foi posteriormente enviada na sequência de uma nova ameaça feita ao Presidente da CMP por dois desses jovens à saída do estádio da Várzea. Não se conhecem as diligências tomadas.
2. Relativamente ao caso da Senhora Ana Gonçalves, foi remetida ao Procurador da República da Comarca da Praia uma queixa-crime no dia 13 de Outubro.
3. O Presidente da CMP requisitou força policial, nos termos das competências que o Estatuto dos Municípios lhe confere, para o serviço de protecção dos edifícios do Paços do Concelho, da Av. Amílcar Cabral e da Fazenda. Nenhuma acção, nenhuma resposta até hoje.
LIBERAL.SAPO.CV
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