PMs SÃO ACUSADOS DE OMITIR SOCORRO DE OMITIR SOCORRO Á VÍTIMA E DE NÃO PRENDER ASSALTANTES
Crime aconteceu na madrugada de domingo (18), na Rua do Carmo.
Crime aconteceu na madrugada de domingo (18), na Rua do Carmo.
RIO DE JANEIRO-A juíza Yedda Christina Ching-San Filizzola Assunção, da Auditoria da Justiça Militar do Rio decretou, no fim da tarde desta sexta-feira (23), a prisão preventiva dos dois PMs acusados de ter omitido socorro ao coordenador do AfroReggae, Evandro João da Silva, de 42 anos, morto em assalto no fim de semana, no Centro.
De acordo com a Justiça, eles são acusados, ainda, de roubar os pertences da vítima e de ter liberado os assassinos. O crime aconteceu na madrugada de domingo (18), na Rua do Carmo. Imagens feitas por câmeras de segurança registraram a ação dos criminosos.
O capitão Denis Leonard Nogueira Bizarro e o cabo Marcos de Oliveira Sales respondem a um Inquérito Policial Militar (IPM). Eles estão presos no 13º BPM (Praça Tiradentes). De acordo com a PM, eles serão transferidos para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, na Zona Norte da capital fluminense.
Em sua decisão, a juíza Yedda considerou indispensável a prisão dos policiais para garantia da ordem pública. “A divulgação dos fatos nos noticiários nacionais e internacionais causa revolta e é capaz de abalar a segurança pública. Por isso, a manutenção da liberdade dos indiciados, após tal notoriedade poderia permitir não apenas a repetição de delitos assemelhados ou ainda mais graves, mas também a deslegitimação do exercício da Jurisdição Penal, e do próprio Poder Público”, declarou.
A juíza acrescentou, ainda, que "há indícios de alta periculosidade dos indiciados, que se mostraram, brutais e descompromissados com a vida de outros homens, em violação, não apenas ao seu juramento de Policial Militar, mas em violação ao mais fundamental dos Direitos”.
Segundo a magistrada, as imagens do circuito de segurança mostram indícios, em tese, do delito previsto no artigo 242, parágrafo 3º (latrocínio - roubo seguido de morte), combinado com o artigo 53 (co-autoria) do Código Penal Militar.
Na quinta-feira (22), a comandante do 13º BPM (Praça Tiradentes), tenente-coronel Edite Bonfadini, informou que os dois policiais militares alegaram que não viram a vítima. No mesmo dia, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, pediu desculpas à família pela omissão de policiais durante o crime. Ele lamentou, ainda, a atitude dos militares.
AfroReggae critica PM
Em entrevista coletiva nesta sexta, o coronel Mario Sergio Duarte considerou “ofensa à corporação” uma crítica feita pelo coordenador geral do AfroReagge, José Junior, que, ao final do encontro no Quartel Central , no Centro, chamou o capitão e o cabo de “bandidos fardados”.
O coronel já enfrentara uma situação de constrangimento ao ouvir o músico Anderson Elias dos Santos sustentar que, 50 minutos após ser baleado, o coração de Evandro ainda batia, mas dois PMs teriam reagido com indiferença ao pedido de socorro.
O AfroReggae, obra social que se empenha em evitar o envolvimento de jovens de comunidades com o narcotráfico, por meio da música, tem procurado, ao longo dos anos, manter um bom relacionamento com a Polícia Militar.
Nova denúncia de omissão
Um integrante do grupo, o músico Anderson Elias dos Santos, contou que encontrou Evandro com vida, 50 minutos depois de o amigo ser baleado, pediu ajuda a dois PMs que estavam no local e os dois reagiram com indiferença.
“Recebi um telefonema dizendo que o Evandro que tinha sido baleado no Centro e corri para o local. Cheguei 50 minutos depois. Levantei a cabeça do Evandro, coloquei a mão no peito e senti que o coração ainda estava batendo. Pedi ajuda ao policial, mas ele disse que era assim mesmo, que o coração ia parando aos poucos”, explicou, acrescentando que se sentiu impotente vendo o amigo morrer.
Desconcertado, o comandante geral da PM garantiu que “todas as coisas que estão sendo ditas serão investigadas”.
GLOBO.COM-G1
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